Em uma sociedade tão desigual como a que vivemos, produzir riqueza não é apenas uma questão de acúmulo de dinheiro. Produzir aquilo de que precisamos e um excedente que nos proteja de riscos possíveis é cuidar de nós e de quem amamos da melhor forma possível: é criar condições para uma vida melhor. Se não podemos modificar, individualmente, as condições sociais nas quais vivemos, podemos nos ajustar a elas, forjando-as, gradativamente, a girar a nosso favor.

Por isso, se falamos em acumular riqueza como uma forma de proteção (nossa e de quem amamos), precisamos entender o que estamos chamando de riqueza. Este é um ponto de partida inevitável.

Quando falamos de riqueza, não estamos tratando apenas de números financeiros. Não nos referimos a uma quantidade de dinheiro ou de bens que excede o quantitativo de despesas. Estamos falando de uma condição e um estado mental que produzem a experiência de mundo do sujeito e, apenas a partir disso, produz o acúmulo que entendemos como financeiro.