CANSEI DE NADA FALAR
Lembro-me que por um tempo eu escrevera crónicas sob título “Lágrimas sociais", textos um tanto exaustivos, mas que nos levavam à sérias reflexões. Hoje não me peçam para me calar, nem para que eu apenas fale às minúsculas, pois, que sociedade nós temos?
Apelamos à população que resgatemos os bons modos, os valores morais, os princípios de convivência, o HUMANISMO, mas somos nós mesmos quem a ensinamos o contrário! Ensinamos à população o quão doce é ser desumano, desamoroso e usar da nossa superioridade relativa, RELATIVA, atribuída para [es]pisotear todo aquele de menor poder sobre nós.
Ora bolas! Já lá vai o calar de tamanha passividade literária (não que de um conto se trate) face aos episódios tristes que venho assistindo por parte de pessoas que supostamente nos devem protecção e exemplo. Talvez o policial já não mais o queira ser pois a patente e a farda o tornam em “O REI DO PEDAÇO", o senhor lei. Que o contem os taxistas que volte e meia são obrigados a descobrirem novos atalhos para não se virem “penteados", não que andem [des]penteados, sem ao menos se lhes ser pedida a documentação.
Hã, isso já é óbvio, pois não é novidade que todo o taxista tem uma namorada na via a qual ele se vê obrigado a deixar a gita. Portanto, deixem-me falar das novas atletas de atletismo que se têm descoberto em Luanda e arredores, as mamães que à zunga vão com o intuito de angariarem verbas para os meus irmãos em casa!
Como não ser antifiscal quando estes lamentavelmente instam em agir de um modo desumano? Não sei se a estes eu conseguiria amontoar brasas acesas sobre suas cabeças. Verdade que o seu trabalho não é fácil e que alguns destes têm demonstrado serem verdadeiros humanos!
Ó sociedade!
Desumanos, que sociedade queremos formar, seus pacatas arrogantes?
Nguinamau Valter Laurindo Pedro
Número de páginas | 45 |
Edição | 1 (2019) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |