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A prostituição em algumas partes enfeitou-se com a capa sagrada da religião, sendo uma prática de devoção, uma homenagem à divindade, em outras partes foi olhada como um estado da sociedade, como uma profissão legítima. Em alguns países ainda é tida como um ato de hospitalidade.
Por sua profissão, consagrada a celebrar os louvores dos deuses, elas tinham como um piedoso dever concorrer para os prazeres dos seus adoradores das tribos honestas. As essências, com as quais elas se perfumavam, as flores com que se adornavam, a melodia e encantos de suas vozes, os harmoniosos sons de seus instrumentos, talvez mesmo a sedução de seus encantos, dirigidos aos espectadores, tudo produzia uma perturbação em seus sentidos, e parecia, que um fogo incógnito as penetrava. Elas ficavam agitadas e palpitantes, pareciam sucumbir debaixo da impressão de uma poderosa ilusão. Elas sabiam exprimir o embaraço, o desejo, a inquietação, a esperança, em uma ameaça de prazer por gestos, expressivas atitudes e por cintilantes olhares.
O diálogo a seguir, entre a viúva ateniense Crobil e sua filha, a virgem Corina, narrado pelo escritor clássico Luciano de Samósata (125 d.C. - 181 d.C.), mostra que a prostituição era vista como uma maneira de conquistar a independência:
CROBIL: Tudo o que você tem de fazer é sair com os rapazes, beber com eles e dormir com eles por dinheiro.
CORINA: Do jeito que faz Lira, filha de Dafne!
CROBIL: Exatamente!
CORINA: Mas ela é uma prostituta!
CROBIL: Bem, e isso é uma coisa assim tão terrível? Significa que você será rica como ela é, e terá muitos amantes. Por que você está chorando, Corina? Não vê quantos homens vão atrás das prostitutas, e mesmo assim há tantas delas? E como elas ficam ricas! Olhe, eu posso me lembrar de quando Dafne estava na penúria. Agora, olhe a sua classe! Ela tem montes de ouro, roupas maravilhosas e quatro criados.
“Você não pode atravessar a ponte de Avignon sem encontrar dois monges, dois burros e duas putas.”
Este famoso ditado medieval atesta a vitalidade da “profissão mais antiga do mundo” na cidade dos papas. Embora seja certo que a Igreja e o Estado exploraram os bordéis e as prostitutas declaradas, não há evidências de que tenham gerenciado a totalidade dos 3000 luxuosos bordéis do século XV e as 40 000 prostitutas parisienses do século XVIII.
É preciso inicialmente bem fixar o que entendemos por uma prostituta, pois não tem a mesma significação no espírito e linguagem, e porque muitas mulheres extrovertidas não devem ser tomadas como prostitutas. Esta palavra origina-se de prostitutus do verbo prostrar, entregar, por publicamente à venda, masculum vel faemincitti venalem libidini: mulher entregada publicamente. É o mesmo que meretriz, mulher que faz mercê, mulher pública posta a ganho. Segundo a legislação do tempo do descobrimento do Brasil, do rei D. Manoel: “Mulher que com o seu corpo ganha dinheiro publicamente, não se negando aos que a ela quiserem fora da mancebia”. São estas aquelas mulheres de que fala o Regimento dos Quadrilheiros, de 12 de Março de 1603. § 5º: “As que, para fazerem mal do seu corpo, recolhem publicamente homens por dinheiro”.
Categorias:
Preconceito, Historiografia, Civilização, Não Ficção, Geografia E Historia, Família E Relacionamentos
Palavras-chave:
civilizaÇÃo, costumes, histÓria, prostituiÇÃo
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