O autor desta obra, “PARIS QUI MENDIE”, Louis Paulian, à época deputado, editada nos idos de 1893 (sexta edição), dedicou dez anos de sua vida estudando a mendicância, conforme seu depoimento:
“Eis aqui um homem no mundo, que botou na cabeça, estudar sobre a vida dos mendigos de Paris. Durante uma década, sem se deixar vencer, nem pelos desgostos nem pelas ameaças, ele se associou a todos os andrajosos da capital. Ele foi aos albergues, ele tomou sopa, às portas das casernas, ele permaneceu no pórtico das igrejas, ele penetrou nas espeluncas mais infames e nos covis mais perigosos. Às vezes disfarçado de cego, surdo-mudo, paralítico, aleijado das pernas, tocador de realejo, abridor de porteiras, ele explorou a caridade sob todas as formas, e sempre voltava com o bolso cheio.
Estas experiências ele realizou a luz do dia, diante das testemunhas; e se oferece a repetir, caso necessário, isto não lhes é suficiente? Mas o que falta, então, para convencê-los de que a maioria das pessoas que estendem a mão na rua, são exploradores?
E quando este mesmo homem lhes afirma que, após haver assistido as orgias dos falsos pobres, viu morrer na miséria e de fome os verdadeiros indigentes, os pobres infames, os trabalhadores honestos, chefes de família, ou vencidos pela doença, todos estes que lutam até a hora derradeira, até o último minuto, sem jamais ousar estender a mão aos passantes, nem deixar demonstrar ao seu vizinho a terrível situação contra a qual se debate vocês não percebem que, ao continuar doando aos exploradores o dinheiro com o qual poderiam ajudar os verdadeiros necessitados, vós cometeis mais que uma falta cometeis um crime, pois vós vos tornais cúmplices do mal, que poderia ser evitado.”
Empolgado com a leitura deste livro, convencido de que seu conteúdo é um verdadeiro achado não somente no estudo da mendicância no Brasil, que apesar dos indigentes de Paris daquela época não haver muita diferença com os nossos mendigos atuais, mesmo considerando o “jeitinho brasileiro”, ─ tomei a liberdade de traduzi-lo com o novo título de “OS MENDIGOS DE PARIS”, na expectativa de prestar uma contribuição, no combate aos falsos mendigos, alertando às autoridades e o povo, em geral, no sentido de evitar dar esmola na rua, que no final desta leitura, dará razão ao autor desta obra. A fotografia da capa deste livro é do autor, deputado Louis Paulian.
Agradeço ao amigo, M, Thierry Jean Marie Hard, parente do autor de PARIS QUI MENDIE (seu tio-avô), ao qual dedico meu trabalho.
JÚLIO ALVES
Número de páginas | 218 |
Edição | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
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