Muitas vidas em uma vida! Quando olho para trás e olho a caminhada humana que trilhei, me vejo como uma alma que luta por se libertar de mim mesma, que quer compreender as muitas vidas que me impus, pela força de minhas paixões impensadas. Costumo pensar que deveria ter racionalizado menos e intuído mais. Deveria ter vivido mais e desconfiado menos. Deveria ter acreditado mais e me descarregado da soberba de quem pensou que andar sozinho uma viagem inteira poderia ser mais produtivo. Deveria ter repartido mais as cargas que fui acumulando ao longo do trajeto. Confiado mais nas pessoas que quiseram andar comigo. Poderia ter visto mais o azul do céu e sentido o calor do sol na minha pele sempre escondida. Eu poderia ter construído um castelo, ao invés de uma choupana, com as mãos que se estenderam para mim. Mas, esqueci que eu era apenas um grão de areia e que sozinha jamais formaria uma praia. Ainda vivo muito desse esquecimento, as recordações vão e vêm como águas que se insinuam em marés, mas que recuam bem depressa. Preciso trabalhar essa lacuna de minha escolha, me envolver com gente que não se esqueceu de si.
Número de páginas | 138 |
Edição | 1 (2009) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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