Ana Saias

Sou a Ana Luiza, paulistana criada na Selva de Pedras desde 1987.
Uma criança bastante sensível, cresci profundamente intensa e emocionada, o que ora foi meu bote salva-vidas, ora minha âncora. Sempre encontrei conforto para meus mais inacessíveis sentimentos nos livros e nas histórias. Fui desde cedo uma leitora voraz e, adepta dos diários, convivo desde a juventude com uma insistente vontade de ser escritora.
Tornei-me uma pediatra, entusiasta e defensora da infância que acredita na revolução pelo afeto.
As questões psíquicas, emocionais e espirituais sempre me pareceram ter uma importância muito maior do que a que a faculdade de Medicina lhes dava: nunca consegui nos interpretar só como matéria-carne e reações químicas. Quando terminei minha residência de Pediatria na USP, em 2014, resolvi buscar formas mais integrais de entender o ser humano e me encontrei na Antroposofia, linha que sigo em meu consultório particular onde atuo há sete anos.
Mantenho também estudos constantes nas áreas de Educação, Psicologia e Psicanálise por entender o valor da interseccionalidade entre essas áreas do saber e a Pediatria. Além disso sou uma grande amante dos livros e percebo a riqueza de reflexões que uma boa composição literária pode trazer, por isso uso também a Literatura em minha prática com as crianças e suas famílias.
Comecei a escrever de forma contínua e focada em 2017 mas sempre me entendendo uma banal “aspirante a escritora”. Em 2024 um empurrão cheio de amor e coragem me jogou nesse mundo que eu sonhava tanto acessar mas não me via capaz. As palavras certas e bem arranjadas, no momento oportuno (a mágica que a linguagem executa!), entraram em minha alma, resolvi dispensar o “aspirante” e comecei a me dedicar à escrita.
Adepta do analógico, tenho horror à inteligência artificial e sou uma orgulhosa ignorante tecnológica. A meu ver, as telas estão comprometendo profundamente o que há de mais humanos em nós e entendo os livros como um grande antídoto para o empobrecimento cognitivo e emocional sem precedentes que temos visto. Também por isso adiciono mais esse artifício ao meu arsenal contra a desumanização de nossa época.