A Guerra Fria distinguiu-se de outros embates bélicos por assumir um carácter global, pois
embora as duas potências em confronto -EUA e URSS- nunca tenham chegado a colidir
directamente, “espalharam” as suas redes sobre variadas regiões em conflito do mundo, de
modo a alargar as suas esferas de influência por meio de apoio a governos e movimentos
armados próximos à ideologia de cada um, tendo tal sido peremptório no sul do continente
africano, sobretudo a partir de 1975, onde uma África do Sul governada por um sectário
regime de segregação socioracial, envolvida numa luta pelos seus interesses em território
extra-fronteiriço, apoiada dissimuladamente pelo bloco ocidental, colidia com uma Angola
recém-independente do domínio colonial português e ela mesma mergulhada numa luta pelo
poder entre o políticamente legitimado MPLA, auxiliado pelo mundo comunista (União
Soviética, Cuba e outros) e a FNLA e a UNITA, suportadas por sul-africanos e referidos
aliados ocidentais, culminando estes embates em épicos confrontos tanto no plano bélico
como no diplomático, e tendo como desenlace, uma democratização efectiva no plano teórico,
contudo de progressão bastante lenta a nível prático em Angola, que só alcançaria a paz
efectiva no início do século XXI, e na África do Sul, esta última, sempre sacudida por
violentos tumultos internos que marcaram inclusive o passo do andamento do conflito na
esfera internacional, culminando na libertação do histórico líder Nelson Mandela em 1990 e
na vitória presidencial deste nas primeiras eleições livres do país quatro anos depois, fechando
uma intensa e conturbada etapa da notável história político-militar austral africana .
Número de páginas | 188 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Capa dura |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 150g |
Idioma | Português |
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