Me chamo Patrícia, tenho 40 anos, sou casada. Moro na Austrália há oito anos e atuo como educadora infantil. Sou cristã e, a cada dia, busco viver essa fé de maneira prática.
Sou a filha mais velha da Ana Nícia e do Roberto. Eles têm quatro filhas: eu, Letícia, Laís e Thaís. Eu sou também tia do Bernardo.
Desde o momento em que recebemos o diagnóstico, começamos a nos reunir virtualmente aos domingos para orar juntos - minha família no Brasil e eu aqui.
Sou uma pessoa que ama as coisas simples: um café quente pela manhã, uma passeio à beira-mar, nas florestas e nas montanhas, conversas sinceras e canções que se tornam orações. Costumo ser observadora e um pouco reservada, mas quem convive comigo sabe que meu coração se envolve profundamente com as pessoas.
Mudar para a Austrália foi um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, uma das maiores oportunidades da minha vida. Quando eu era criança, olhava para o céu e ficava imaginando como devia ser contemplar o céu de um outro país. Eu orava a Deus para que um dia Ele me desse essa oportunidade.
Foi aqui que precisei aprender a confiar nEle de um jeito novo, longe da família e da cultura que me formaram. A saudade virou uma companhia constante, mas também me ensinou avalorizar ainda mais cada encontro, mesmo que virtual.
No início do tratamento, achei que teria mais tempo livre para gravar canções como hobby, já que estava afastada do trabalho. Porém, a realidade foi diferente e, na verdade, foi um diferente bom. Tenho passado meus dias relfetindo mais, conhecendo novas pessoas, fortalecendo amizades antigas e respeitando os momentos em que não consigo fazer muito. E tudo isso tem sido parte da cura.
Se eu pudesse escolher uma palavra para descrever esse tempo, seria: GRATIDÃO. Vejo o cuidado de Deus nos detalhes, através das pessoas ao meu redor.
E é com esse coração que carrego memórias, fé e gratidão.
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