A beleza da história está na ficção dela mesma, quando passa muito próximo arranhando a realidade do mundo das religiões. O mundo delas é um mundo toldado, pois elas se enlameiam a cada dia que passa. São escândalos e mais escândalos, em cada uma delas! Qualquer grito de defesa, que elas porventura queiram dar, com certeza vai sair baixinho, será um eco inconsistente.
Roberval, o encarregado exemplar, em nome das convicções dele, abriu mão da estabilidade do emprego, pediu demissão e perdeu tudo: casa, mulher e filho. Foi morar na invasão em um barraco de madeira, passando fome.
Lucilla decepcionada com as falcatruas do seu pai: Adir Soleira. Decide encarnar por uns tempos a vida de noviça no Convento “Sublime Decoro” e lá, ela encontra: a Madre Superiora e Dom Consente Bebeto, o Bispo derrubado, sofrido e passando por punições. Passa as noites em claro, orando ajoelhado sobre o sal grosso, mas, não é em vão, as preces dele são ouvidas. O Convento esconde por trás dos muros altos: emoções vivas.
Alusão chegou para fazer história:
É o primeiro romance que abordou o círio como pano de fundo da história de uma ficção de um jeito único criado por este escritor maravilhoso que não deixa em nenhum momento que o romance se pareça regional, aquelas histórias açucaradas que predominam na literatura paraense e maranhense como um todo!
É isto que o escritor é: uma mistura de maranhense com paraense se considerar-se que ele nasceu e viveu no Maranhão e mora há mais de 45 anos no Pará.
ALUSÃO é uma porta de acesso de via dupla, a história mostra a raridade, e o quanto é sofrível e humilhante ser íntegro e honesto, quase impossível alguém sustentar as suas convicções, pois o que tenta, é tentado a fazer exatamente o contrário. No outro sentido da via dupla a história mostra: os crápulas, os desonestos (os bem sucedidos) que classificam as suas atitudes como singelas espertezas. Nas calçadas das sarjetas do Recife, o que é bom se contamina e descobre no progresso dos outros, a mentira que ele não tinha. Revoltado pela dureza com que o mundo o recebeu – não deixou que tivesse nem pai nem mãe –, lhe deu como berço uma lata de lixo. Eurípedes resolve cobrar da sociedade, que o resgate da miséria para uma vida melhor, se foi o repúdio da sociedade que o empurrou para a miséria, então será a própria sociedade que o resgatará da miséria. Eurípedes inventa a sua grande mentira.
Durante o percurso da execução da Grande Mentira do Eurípedes, ALUSÃO cresce e as vias duplas mostram os personagens bons e ruins. Mas, com tamanha dose de veracidade que certamente Edvan Brandão tocará diversos corações, eles pensarão sobre o caráter e a índole de cada um. Até mesmo a fé dos corações será tocada, quando descobrirem porque o Círio precisa mudar e porque o Bispo Caiu!
E você está se perguntando, qual Círio? E qual Bispo?
Pense, olhe até onde a sua vista alcançar – “A Amazônia é o que é sem pôr, sem tirar. E o resto do mundo não fica atrás”. –, o Círio que você enxergar, é este o Círio, é este o Bispo.
ALUSÃO traz uma grata surpresa para o leitor, um conto “MAZELAS DE CABOCLOS TOLOS” a história da sabedoria culta do mundo civilizado, contra a tolice cabocla das entranhas da floresta amazônica.
As verdades duvidosas do Justino, o encarregado do Gringo Avoado deixa-o assustado e sem folego quando ele diz:
— O Boto sentiu a solidão do cativeiro, ele está saudoso; tentou sair da água, sentiu-se mal, caiu na areia e está chorando. Este tipo de doença dos Botos, geralmente provoca a morte deles, não demora muito. Eles às vezes, mergulham para morrer no fundo do rio, ou saem andando, adentram na floresta até morrerem.
ISBN | 978-85-909174-1-0 |
Número de páginas | 173 |
Edição | 2 (2009) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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