Eu sou o eco que atravessou os séculos, o guardião de segredos que os homens enterraram em vão. Estas *Crônicas do Abismo Sangrento* são doze feridas rasgadas no tecido do tempo, doze portas que se abrem para o que rasteja além do véu. Caminhei por eras sem fim, desde os dias em que o fogo era uma novidade trêmula até as noites em que o aço cortou mais fundo que a pedra, e em cada sombra encontrei o mesmo sussurro — o chamado do abismo, faminto e eterno.
Nestas páginas, a terra fala em vozes quebradas: charnecas que escondem promessas traiçoeiras, torres que desafiam o céu com orgulho cego, rios que carregam mais que água nas suas correntes escuras. Há florestas onde o vento uiva com lamentos roubados, vilas que dançam ao som de fogueiras vivas, teares que fiam algo além de fios. Ouvi sinos que não tocam por salvação, vi pântanos que engolem mais que carne, e em cada história, o peso da ganância, da loucura e do sangue se ergue como um altar ao que espera nas profundezas.
Não ofereço luz, leitor. Não há redenção nestas crônicas, apenas o cheiro úmido da terra revirada e o som de algo que se aproxima no escuro. São visões de um mundo que os deuses abandonaram, contadas por uma voz que não pode descansar. Virem estas páginas, se ousarem, mas saibam que o abismo me prende — e ele também vos vê. Que os ecos destas doze noites vos persigam como me perseguiram, pois o que foi escrito aqui não se apaga com o fechar do livro.
| Número de páginas | 403 |
| Edição | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabamento | Brochura c/ orelha |
| Coloração | Preto e branco |
| Tipo de papel | Polen |
| Idioma | Português |
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