Às vezes tenho a impressão que Paulo Trevisan nasceu em uma coxia. O amor que tem pela televisão é contagiante. Conhecê-lo foi um grande presente que tive da vida. Ser seu amigo é um privilegio.
Trevisan é um homem cheio de energia e um profissional esplendoroso. Capaz de desenvolver em poucos minutos sinopses incríveis, quase prontas para gravar. Isso, para um roteirista, é um prato cheio. Conheci o Trevisan há mais de 15 anos, numa situação de embaraço profissional.
Fiz um filme para um cliente e o resultado foi desastroso. Precisava corrigir, reeditar. Fazer alguma mágica para recuperar o trabalho antes de apresentar ao cliente. Foi quando alguém me apresentou o Trevisan.
Durante a exibição do filme na ilha, sua expressão era uma incógnita. Concordava com a cabeça e sorria por alguns instantes. Pensei: dá pra salvar! Ao final fiz a pergunta fatal: e ai, tem jeito? Ele se virou lentamente para mim e disse: claro que tem, vamos filmar de novo, caralho.
Tornamos-nos mais que colegas de trabalho. Uma amizade de anos de convívio inevitavelmente a fronteira do pessoal e profissional são confundidas. Passava mais tempo ao seu lado que com minha família.
Nunca vi em mais de uma década de relacionamento uma expressão de tristeza, de derrota. Paulo Trevisan é daquelas pessoas que quando não conseguimos enxergar a luz no fim do túnel ele vai até lá e acende pra gente.
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