A Editora Nova Ágora tem o prazer de editar este clássico para seus leitores, buscando dar uma edição fiel aos gostos e aos méritos desta obra-prima da literatura brasileira.
O Mestre Ardil, Brás Cubas, é, possivelmente, a encarnação da mediocridade brasileira, que esvanece e apaga a consciência de si e não amadurece o pensamento, não transcende as emoções. Brás Cubas, após ser tomado pelo êxtase da humanidade julgada, é lançado para onde vão todos os medíocres do mundo. Outrora, estes medíocres eram os infernos banhados pelo Aqueronte, ou nos submundos budistas; hoje é o ingovernável mundo da sociedade hipócrita. A ideia de inferno é unânime entre as culturas antigas, e no Cristianismo ela foi amadurecida para um conceito teológico, lugar de castigo para os homens que recusaram Deus, o sumo bem, a suma beleza, a suma verdade, isto é, os do mundo medíocre. Brás Cubas é um homem que o tempo todo recusa Deus pelas escolhas, e ele recusa justamente quando não passa na cabeça dele a ideia mesma de Deus, não obstante ter as ideias e os conceitos morais dentro de si, ou seja, é um hipócrita, cuja verdade está na língua, não no peito. Brás Cubas é a encarnação da mediocridade da fé brasileira, uma fé movida por achismos e moralismos exteriores, mas que não se aprofundam na casca. O homem medíocre é como um boi ruminante pastando um vasto pasto de capim inebriante, com toda sorte de torpor aos sentidos, vai se esvaindo e sumindo-se nos prazeres externos, e nos medos externos, e se apaga, até quando é chamado para o abate, e ainda rumina, mas não percebe que seu fim está próximo. Este é o mundo que Brás Cubas expõe sem esgotar, já que a mediocridade e o pessimismo dela é um mar que não se enxerga o fim.
ISBN | 978-65-266-3754-8 |
Número de páginas | 462 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | 16x23 (160x230) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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