Um rio solitário e peculiar esquecido no coração do agreste. Se, a ele, algum desavisado lhe voltar às costas, num trompaço, é já que cairá no injurioso e ultrajante castigo do semiárido sertão.
Um homem rude e ignorante que domina as águas. Ao entorno dele, por sua abonação e consentimento, surge um arruado que, mesmo ante as agruras e necessidades, vai tomando forma de aldeamento. Ajuntamento de fugidos da sede e da miséria – resignados, bem-ouvidos e longânimos que se valem, na mesma tampa, da religiosidade e do misticismo: beatitude e sectarismo.
O cangaço de valentias, de maldades e de contradições impondo respeito, medo e terror aos ribeirinhos, aos longínquos povoamentos e aos insulares de terras esturricadas. Vidas impossíveis, gentes sem possibilidades.
Um improvável amor que, como a flor do mandacaru, brota no âmago dos espinhos e dos acúleos.
Folclorísticos personagens: sofridos, endoidecidos, desamparados, irremediados que têm, em comum, as marcas da seca, da pobreza e da insipiência.
Estes os componentes e os comemorativos deste novo e fascinante romance Provência, do escritor Pio Furtado.
Número de páginas | 100 |
Edição | 1 (2023) |
Idioma | Português |
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