Não obstante terem sido traduzidas para muitas línguas (entre as quais o português), as Bucólicas de Vergílio são, na realidade, os mais intraduzíveis de todos os textos poéticos. A beleza sortílega do verso vergiliano (que, em latim, é música ao nível de Mozart) evapora-se por completo noutra língua. O melhor a que uma tradução pode aspirar é a ser uma pálida imagem, mais deslavada do que uma fotografia a preto-e-branco. O que se propõe aqui é uma tradução para efeito específico, mas também pensada para dialogar com um comentário, que se afigura utensílio de primeira necessidade na abordagem a esta poesia (pois as Bucólicas são poemas cuja capa de simplicidade esconde uma urdidura enigmática e complexa). Para lá, todavia, da tradução e seus problemas, outra coisa se move na concepção deste livro: a certeza de que Vergílio permite, enquanto génio supremo da poesia greco-latina, uma riqueza tão multifacetada de interpretações que quase poderíamos dizer dele o que um melómano dirá de Beethoven que uma tradução pode aspirar na interpretação de Paul Valéry suscitadas pela genialidade inesgotável do seu texto - é um caminho apaixonante que, felizmente, nunca terá fim.
| Número de páginas | 92 |
| Edição | 1 (2025) |
| Formato | A5 (148x210) |
| Acabamento | Brochura c/ orelha |
| Coloração | Preto e branco |
| Tipo de papel | Polen |
| Idioma | Português |
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