A neurociência vem adquirindo grande importância no estudo do ser humano nas últimas duas décadas. Essa importância se deve não apenas aos experimentos desenvolvidos em seu próprio campo, mas também em conjunto com as ciências sociais e humanas para estudar a essência do comportamento humano. Parece que a observação supostamente explícita das bases cerebrais e da sua atividade neural correspondente quando os seres humanos realizam uma ação específica - tomar uma decisão econômica, responder a um dilema moral, gerar um julgamento estético, compreender a explicação de um professor ou interagir socialmente - tornou-se uma máxima que domina amplamente os campos acadêmico, clínico e educacional, entre outros. Contudo, se nesta observação das bases neurais for dado um salto epistemológico e ontológico no sentido de assumir a afirmação explicativa total da realidade - neste caso moral - do ser humano, isso pode levar a consequências potencialmente problemáticas. À primeira vista, a união entre a neurociência e a ética poderia ser, em tese, um grande passo para o conhecimento de algumas áreas da realidade moral do ser humano, como a liberdade, a tomada de decisões, os julgamentos morais, a consideração dos outros a relação entre emoção e razão, etc. No entanto, este grande passo teórico não se refletiu de forma interdisciplinar na prática, uma vez que as condições sob as quais tal relação entre a neurociência e as ciências sociais se desenvolveu nem sempre foram ótimas para atingir o objetivo proposto.
ISBN | 978-65-266-1852-3 |
Número de páginas | 166 |
Edição | 1 (2024) |
Idioma | Português |
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