José Saramago dizia “O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.”
É trilhando este caminho de viagem que surge “Mangata”, de Virgínia Allan, uma obra que traz uma essência de argonautas-líricos que navegam nas águas de universos de letras e sensações independentemente das intempéries ou da bonança. Viver é a única e verdadeira viagem.
Em “Mangata”, Virgínia Allan, utiliza palavras e sensações para deslizar seu eu-lírico em versos que nos convidam à viagens num universo com paisagem em preto e branco que contrastam com luzes nos símbolos luminares dispersos. As contraposições de vida e morte, sorrir e chorar, esquecer e lembrar, amar e sofrer vão estar sempre acompanhadas de sol, de luz, de lua ou de chuva, de noite pois como diz em sua dialética poético-existência “nas minhas frases estende-se um sol dourado mas nuvens escuras logo se formam.”
Nesta viagem, onde a lua se reflete em caminho de água, Virgínia Allan, sabe, se auto nos adverte que “Brilhar é um risco” (Mais do que eu não sei dizer) mas que a existência surge para “redimir o que está longe daqui (Estelar). Uma busca poética na qual a “vida é uma viagem” (A vida é...) com vários translado que podem ser para Marte, pode ser para Rússia, pode ser à Paris ou para dentro do seu próprio eu que sempre traz um pouco dos outros. Essa viagem nunca é solitária, pois nos caminhos mais ermos Virgínia dialoga com Deus em orações (Transcendente, Inação) e clama.
Cenários cotidianos dão as cores que contrastam com o preto e branco, criando uma sinestesia de cores e sentimentos como em Van Gogh’s Room. Enfim, “Mangata” é uma obra na qual o leitor adquire um livro e ganha o plus de viagens transcendentais, sensoriais e reais. Apertem o cintos e os corações... a viagem vai começar!
Walquimar Borges
Número de páginas | 62 |
Edição | 1 (2015) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura |
Tipo de papel | Offset 75g |
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