Memórias do Alentejo

Por Vítor Pisco

Código do livro: 584347

Categorias

Artes, Poesia, Entretenimento

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Sinopse

Os poemas aqui apresentados são uma reflexão das minhas memórias passadas sobretudo na infância e adolescência no Alentejo. Através deles relato o modo de vida do povo no Alentejo, região outrora considerada o celeiro de Portugal. As ceifas, as debulhas que via na infância da aldeia onde cresci, a ligação à terra nas hortas com minha avó, as plantas e animais e as tradições. Os poemas são escritos de forma variada ora em quadra ou soneto, mas a maioria são décimas que aprendi ainda com meu avô, um dos maiores poetas populares do concelho do Alandroal, a quem presto também uma homenagem.

Características

ISBN 978-65-266-0831-9
Número de páginas 123
Edição 1 (2023)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Capa dura
Coloração Colorido
Tipo de papel Couche 150g
Idioma Português

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Vítor Pisco

Escolhi um projecto que realce a região onde resido, dando a conhecer através de uma forma de expressão que é a poesia, toda uma vivência, história, tradições, trabalhos, etnografia e cultura de um povo que é o povo Alentejano. Realço ainda que participei alguns anos no grupo de poetas populares do Concelho do Alandroal, onde aqui prima pela singularidade e beleza de uma tradição que tem a ver com o canto das décimas*, zona também considerada de transição entre os cantes do baixo Alentejo e as saias do Alto Alentejo, tendo a sua expressão mais significativa em terras como Estremoz e Redondo. Facto curioso é que segundo o P. António Marvão a salmodia do canto alentejano teve a sua origem ou a sua adaptação na Vila de Serpa no século XV, quando para ali vieram os frades da serra de Ossa, ali fundaram «escolas de canto popular».

Muitos foram os escritores, artistas, musicólogos e historiadores que estudaram e escreveram sobre o canto popular alentejano, de entre eles destaco o mestre Lopes Graça, P. António Marvão e Michel Giacometti. A origem discute-se entre a árabe, italiana, eslava, berbere, tese litúrgica, onde se encontram vestígios do Fabordão, polifonia arcaica dos séculos XV E XVI. Como já referi discute-se ainda a relação mais ou menos relevante com o canto actual, também ele sofrendo alterações ao longo dos anos. Este saiu do recalcamento do canto polifónico com o Fabordão, e assim foi transformado nesta polifonia rudimentar que hoje conhecemos, tendo tanto um sabor religioso como profano. O canto genuíno alentejano terá vindo de Serpa e assim passado às outras terras, no entanto é em Serpa, Pias e Castro Verde que se mantêm os traços mais genuínos. Ao realçar o canto alentejano pretendo também ficar toda a tradição de um povo, que nos dias de hoje se pode oferecer como uma cultura de excelência a nível mundial sendo uma mais valia para a valorização da nossa cultura usos e costumes, e poder assim também a através deste projecto transmitir estes conhecimentos as gerações mais novas. Algumas de minhas poesias são também uma fusão entre a poesia e a musica alentejana daí esta nota introdutória.

Nasci em Santiago Maior em 1972, Alentejo e o gosto pela poesia nasceu de conhecer alguns dos poemas de meus avôs que eram dois poetas populares da região de Santiago Maior, concelho do Alandroal. Através dai nasce a curiosidade já na adolescência de começar a escrever décimas populares.

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