Maurício, o personal trainer, já dava por certa a vitória de seu aluno no torneio. Tinha até uma explicação elaborada para a superioridade dele nesse esporte de tabuleiro. Como perdera a visão, que é o sentido que mais consome processamento do cérebro, ele ficou então com muito processamento livre pra aplicar durante o jogo. E Maurício podia citar uma longa lista de cegos que superdesenvolveram alguma outra capacidade. Os melhores massagistas do mundo são cegos, ele sempre dizia. E afirmava que Seu Tomé era um superjogador de xadrez. Ninguém no mundo poderia vencê-lo. Na manhã seguinte, conquistaria aquele torneio pequeno. O primeiro. Depois, inscreveria o aluno e amigo pessoal em torneios maiores. Estaduais, nacionais, internacionais. Até que Seu Tomé fosse o melhor enxadrista do mundo. Parecia tão óbvio.
Número de páginas | 57 |
Edição | 1 (2015) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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