naquela tarde, as árvores e as relvas que dividiam as trilhas
do caminho esperavam a presença delicada dos passos firmes e da
voz suave de Rosa, que cantava a vida como um pássaro livre.
O rio, com suas águas cristalinas, se banhava nos últimos raios
de sol do final do dia; as águas do rio pareciam esperar pela vinda
de Rosa. Ao chegar à margem, ela apanha água com as mãos e
molha sua face, contemplando a essência da vida que acaricia a
natureza regando a existência.
Rosa, sem resistir ao convite silencioso daquele rio, adentra
águas mais profundas. Tira o vestido e deixa-o nas pedras. Com
seu corpo despido e livre, ela se banha. Numa harmonia perfeita,
seus movimentos pareciam um balé da vida.
Perto daquele cenário, em uma trilha que trazia ao mesmo destino,
cansado e ofegante, segurando dois cães pelas correntes, retornava
seu padrasto de uma caçada, que trazia suas presas abatidas,
sem vida, para o sustento de sua família. Aproxima-se do rio com
passos agressivos, levado pela sede. Ao chegar do outro lado da margem,
abaixa-se de forma súbita, bebe das águas saciando sua sede,
e logo em seguida levanta a face e se choca com a imagem que lhe
toma o fôlego. Ele não acreditava no que via. O desejo conspirou
para aquele momento: a beleza e as cores da tarde, em um crepúsculo
que dourava todo o corpo de Rosa, em brilho e sensualidade.
Número de páginas | 44 |
Edição | 2 (2012) |
Idioma | Português |
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