A obsessão moderna se atualizou, se digitalizou, e penetrou nos circuitos da convivência humana como um vírus imperceptível, mas constante. Se antes a obsessão espiritual dependia da ação direta de consciências desencarnadas sobre encarnados em desequilíbrio, hoje a interferência é mediada por sistemas, algoritmos, e redes — inteligências artificiais, plataformas sociais, dispositivos portáteis que nunca se desligam.
Chamo esse fenômeno de obsessão técnico-psíquica. Não por capricho, mas por urgência em nomear algo que atua nas fronteiras do invisível e do programado. Trata-se de um tipo de assédio contínuo, híbrido, que articula influências espirituais com mecanismos de captação da atenção humana, amplificados pelas tecnologias que criamos. A própria palavra “psíquica” aqui não remete apenas ao funcionamento mental, mas à alma em sua relação com a técnica — técnica esta que passou a moldar não só o comportamento externo, mas também o desejo, a vontade, a sensibilidade, o pensamento e até mesmo as crenças.
O algoritmo, neste sentido, se comporta como uma entidade obsessiva: identifica padrões de fragilidade, repete estímulos, manipula emoções, promove vícios de atenção. Ele não é apenas uma ferramenta — é um vetor. Um médium silencioso de forças que nem sempre compreendemos, e às vezes, nem são humanas.
Número de páginas | 128 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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