Para Proust, quando vista em profundidade, a sexualidade cria uma ampla atmosfera envolvente, da qual o ato sexual é apenas um momento efêmero e fugaz diante da avalanche de sensualidade e de volúpia que envolvem os atos mais elementares da existência humana. O simples respirar pode tornar-se um ato voluptuoso, assim como os sonhos e o despertar da memória involuntária. O ar trazido pelas narinas, quando vem acompanhado de um irresistível perfume de flores e de frutos, de um cheiro de mato que os raios de sol ao acariciar suas folhas o faz desprender-se, ou de um cheiro de terra quando as gotas da chuva penetram e revolvem o solo, potencializa as sensações prazerosas de se sentir no rosto o vento e de senti-lo carregado de odores que irão invadi-las, depois de roçar suavemente nossa pele fazendo-a irisar-se, amplificando a volúpia que se expande sem que saibamos em que se apoia para isso. A vida vivida é esse sentimento cósmico que atinge nossa sexualidade e, mais do que isso, a vida é uma universalidade que envolve todos os entes do universo. E nosso ser é apenas uma partícula viva e preciosa desse cosmos pujante.
Na obra magistral de Proust, a Natureza luxuriante que envolve o pequeno Marcel em seus passeios pelos caminhos de Tansonville e de Guermantes, é uma manifestação do desejo de Eros com sua sensualidade sedutora, onde podemos encontrar o sagrado e o profano, posto que é geradora de um sentimento que é humano e divino ao mesmo tempo.
ISBN | 978-65-266-3951-1 |
Número de páginas | 254 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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