Velhos do Cruzeiro Velho

O livro Velhos do Cruzeiro Velho é um apanhado de informações e vivências dos primeiros moradores do bairro de Brasília, inicialmente apelidado de 'Cemitério', por causa do isolamento na década de 1960, posteriormente mudado para Gavião, diante de tantas aves sobrevoando as casas, e Cruzeiro, por conta do ponto central da criação da cidade de Brasília, praça Cruzeiro do Sul, posteriormente Cruzeiro Velho. A alcunha Velho se deu porque aumentaram o bairro, seguindo o modelo do projeto de Lúcio Costa, e construíram prédios de 4 andares, se tornando Cruzeiro Novo, em homenagem à mudança da moeda brasileira no meio circulante, em fevereiro de 1967 .

Somos 25 autores, em 27 capítulos, incluindo, aí, o texto sobre a ARUC (Associação Recreativa e Cultural Unidos do Cruzeiro), multicampeã do carnaval brasiliense e uma breve história do bairro, hoje cidade Cruzeiro. Os autores contam como chegaram, o que encontraram de diferente em relação ao Rio de Janeiro, então capital do País, a maioria veio de lá, pais funcionários públicos transferidos para a Nova Capital. A liberdade explícita, sem as perversidades, ou o medo que permeiam as cidades, dia a dia, decantada como prosa: "De posse de uma repentina liberdade, o guri passava o dia na rua. Soltava pipa, jogava bola de gude, brincava de bets, de polícia e ladrão, de pique bandeira, de guerra de mamonas, de finca e de tantas outras atividades que a meninada lograsse pensar". (AUGUSTO, P.14.)

São relatos apaixonados, agradecimentos, amor pelo local, porque encontraram nesse bairro a infância livre, ensino básico muito forte, que os tornaram cidadãos com conteúdo, enternecem ao ensinamento no Primário e no Ginásio, bem como seus primeiros amores; muitos vivenciaram o primeiro amor, formaram suas famílias e contam como se em cada frase no capítulo estivesse renovando o SIM. Portanto, o cenário nas páginas é de paixão e amor, consagrando a história viva de Brasília.