O homem é assassino por natureza. Mesmo que tenha em seu íntimo a capacidade de manter preso o instinto assassino, diante de quaisquer vicissitude que o ameace ou atente contra sua liberdade e pensamento, imediatamente seu instinto aflora e daí para uma desativação da sua fúria contra aquele que o ameaça de perder sua liberdade e espaço ou o amor que ele professe por alguma coisa que acredita lhe pertencer por direito, até mesmo o amor de uma mulher, de um filho, de um amigo, de propriedades e de pensamento, transforma esse homem em perigoso e hediondo assassino. Os crimes mais hediondos, em toda a história humana, foram cometidos por amor, carnal ou ideológico. Os crimes mais terríveis, entretanto, foram cometidos por homens poderosos, governantes e ditadores, que desde o princípio, praticam genocídios contra seus povos, escravizando-os e impondo-lhes as mais nefandas formas de sobrevivência. Todos esses genocidas pagaram caro por suas insanidades, depostos, exilados, assassinados, condenados à prisão e ao degredo e mesmo assim, com o julgamento popular ou destronados por alianças de países ou por guerras civis ou guerras arquitetadas por governos que se sentiam ameaçados e indignados, todos pagaram e ainda pagam por suas maléficas formas de comandar e de impor sua força contra os desvalidos. Tais formas de atitudes grotescas e genocidas, de uma forma ou de outra, são alicerçadas no amor que cada qual possui em seu íntimo. Acredita-se que, o homem quando afirma amar ao próximo, amar ao povo, amar sua terra e suas ideologias, tem o direito, segundo o seu pensamento, de impor à força aos que o flanqueiam, sua ideologia. E essa insanidade é o medo que cada qual tem de perder seu pretenso poderio. Não se poderia discorrer sobre os crimes mais hediondos contra a vida, sem impor-lhes a pecha de amor velado pelo que se acredita ser o correto e cada qual de nós, admita-se ou não, somos todos dotados da mesma característica: somos todos assassinos e ditadores enrustidos e controlados. No Antigo Testamento, o assassino, além de ser condenado à morte por ordem divina, muitas vezes era mandado para um lugar ermo e ali permanecia por longo tempo até que fosse tudo esclarecido, quando o crime cometido era sem a intenção de matar, crime acidental, que era julgado pelo sacerdote local e cuja pena de degredo era cessada na ocasião em que o sacerdote morresse. São muitas as passagens bíblicas contidas em inúmeros versículos, que confirmavam a morte de assassinos decretada por Deus. Antes de ser condenado à morte, era necessário que houvesse uma investigação clara e imparcial das circunstâncias do crime, necessária seria a comprovação de duas testemunhas oculares e um julgamento digno. Alicerçada em tais versículos e nas condenações que asseguram profetas e discípulos e religiosos de todas as denominações, a Igreja Católica engendrou contra a humanidade a Inquisição, que matou na fogueira e sob as mais hediondas torturas, milhares de pessoas e famílias inteiras, acusadas de traição ao catolicismo e de bruxaria. Este, com certeza, trata-se de um dos mais hediondos e macabros crimes contra a humanidade. E o que dizer do Grande Genocídio Americano, quando Uruguai, Argentina e Brasil, unidos pela Tríplice Aliança, comandada pelo império inglês, em 1866 dizimou a população do Paraguai? Mais de 95% da população guarani foi executada e o Paraguai, que na época mantinha um sistema de governo livre do imperialismo e com um nível industrial sem concorrentes, um país sem analfabetos e onde os ricos foram desprovidos de suas fortunas conseguidas com o apoio do império inglês, com a escravidão e exploração dos pobres, ocasionou contra si, o mais tenebroso embuste e genocídio.
Número de páginas | 252 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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