DAS PEDRAS AOS PICOS é uma miscelânea reunida em livro no ano de 1984, quando o autor se encontrava no auge da sua militância política; resistência à ditadura militar e às oligarquias sertanejas. Tinha, então, vinte e oito anos de idade e era vereador de Picos e acadêmico do curso de direito. Já tinha publicado os livros “Quem manda na sua vida?” (1977) e “Etc&Tal” (1981).
DAS PEDRAS AOS PICOS foi bem recebido pelos que já militavam nas letras: “Esta miscelânea de crônicas, poemas, pensamentos, contos e artigos, pela sua virgindade é sedutora, e documenta a história viva do homem do interior, carcomido pelas contrariedades do meio e pelos descaminhos da politicalha de clientela e de família; estratificado, estupidificado pelo sistema cartorial brasileiro – partido do absolutismo português e continuado pelas capitanias hereditárias, até hoje vigentes, sob os mais diferentes disfarces” – ressalta Francisco Miguel de Moura no prefácio.
O paulistano Eduardo Maffei, autor do best seller “Maria da Greve”, escreveu ao autor em 29 de Julho de 1985: “Meu caro Ozildo, saúde e paz. E muito calor. O de Teresina que eleva a escala do termômetro e o seu que esfria os inimigos do povo. E também o de uma certa Anaelisa da Pientur que é capaz de fazer ferver o Ártico e incendiar um iceberg. Só agora li seu livro. O que tem menos pedras que picos. Para V. que começou a vida na roça, o livro mostra muita raça. Aquele do Doidinho o transforma num La Fontaine perguntador.”
“Considerando o que já produziu no âmbito literário e no embate político travado com honra e destemor,” – alerta o poeta Hardi Filho – “Ozildo tem muito a oferecer de positivo e útil à coletividade, principalmente se continuar merecendo a confiança e o apoio cada vez maior de sua terra e de sua gente. O espírito reto e empreendedor desse rapaz não se aquieta frente à proliferação costumeira das acomodações e dos conchavos espúrios. Sempre a exigir dos homens públicos o devido interesse e respeito pelas causas do povo, são, em verdade, impressionante o ideal e a disposição desse jovem, empenhado de corpo e alma no estudo dos problemas humanos e no trabalho em prol de uma sociedade mais justa e mais consciente do seu destino.”
O escritor baiano João Ubaldo Ribeiro, em carta ao contista piauiense José Magalhães da Costa, datada de 19 de setembro de 1985, assim se expressou: “Somente hoje porque somente hoje terminei de ler a última página do livro de Ozildo Batista (Das Pedras aos Picos) – estou escrevendo pra você, tendo o duplo prazer de agradecer aquele livro e comunicar-me mais uma vez com um cara tão bacana como o Autor da Estação das Manobras. Sempre foi minha opinião, mormente depois de ter conhecido o velho Nonon, que, longe dos grandes centros do país, se escreve tão bem ou melhor. Agora mesmo estou recebendo coisas do Maranhão e de Santa Catarina. Não tive tempo, ainda, de ler mas, pelo passar de olhos, estou vendo que é coisa boa. Do Carlos Cunha, também estou recebendo uma boa crítica feita por ele, no Jornal de Hoje, de São Luís-MA – sobre minha Margueira Amarga. Mas, voltando ao livro do santamente inconformado Ozildo, só posso dizer o que você sabe: gostei de tudo. Li as poesias. (...) São excelentes, sim! Só o Rabo da Égua Morta, tem mais profundidade do que o oceano!!! E em mui poucas linhas...”
O contista Magalhães da Costa, por seu turno, quando do lançamento desta obra, escreveu: “Poesias: poemas sociais, fortes, ternos; poemas telúricos e retratistas cruéis, verdadeiras crônicas e registros curtos; poemas acabados e definitivos, feitos para ficarem, como vão ficar, garanto a vocês. São crônicas a outra parte. Crônicas das melhores que se escreveu entre nós. E aqui eu quero colocar o autor como o nosso melhor cronista político, mais com uma observação e comparação com os outros: Ozildo escreve crônica com amor e arte, com ideia de raça e garra, do homem forte e bravo. (...) Nunca vi uma escrita tão saborosa. É texto pra se pegar e não largar mais.”
O poeta Rubervan du Nascimento, unindo-se às vozes daquela época, após tecer outras considerações, arrisca-se numa visão premonitória: “O que me faz forte em Ozildo Batista de Barros não é a certeza de que será maior com a continuação da pesquisa do universo poético e humano, nem a coragem de espantar a pregação dos indignos, mas a convicção de que trilha o caminho certo: o difícil caminho da poesia deste Piauí difícil, por onde passaram muitos bois errantes e poucos homens.”
Esta edição é um resgate histórico.
Número de páginas | 152 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 90g |
Idioma | Português |
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