A linguagem da imunologia, disciplina que explora os mecanismos de defesa e equilíbrio do corpo, está profundamente enraizada em uma metáfora: a guerra. Manuais descrevem exércitos de células, linhas de frente, armas moleculares e a incessante vigilância contra um "outro" invasor. Essa narrativa, embora útil, não é neutra. Ela reflete uma visão de mundo eurocêntrica e colonial, que projeta a lógica da conquista, da dominação e da pureza territorial sobre os processos mais íntimos da vida. O corpo animal é, assim, transformado em um campo de batalha, e a doença, em uma falha militar.
A proposta aqui é uma ruptura silenciosa com essa perspectiva. Dirigida a professores, estudantes e a todos os interessados em uma visão mais integrada da biologia, oferece-se uma nova abordagem para compreender a resposta imunológica. Partindo de um referencial decolonial, propõe-se deslocar o foco da guerra para o encontro, do conflito para o diálogo, da aniquilação para a negociação. O corpo não é uma nação soberana, mas uma comunidade vibrante e multiespécie, um ecossistema em constante comunicação, um quilombo de relações complexas. A inflamação não é um incêndio, mas uma acalorada assembleia comunitária. Os anticorpos não são mísseis, mas memorandos diplomáticos. A doença não é uma invasão, mas um encontro de infortúnio, uma crise de comunicação ou um desequilíbrio na teia de relações.
Com uma linguagem acadêmica, porém acessível e fluida, tece-se uma narrativa contínua que ressignifica os c
| ISBN | 9798275982084 |
| Número de páginas | 244 |
| Edição | 1 (2025) |
| Formato | A4 (210x297) |
| Acabamento | Brochura s/ orelha |
| Coloração | Colorido |
| Tipo de papel | Couche 90g |
| Idioma | Português |
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