Elaborei este trabalho como forma de manifestar minha indignação frente ao caráter elitista, autoritário e coercitivo do campo da Saúde Mental, sua ideologia pseudo libertária que mantém indefinidamente o ser humano nas amarras de uma escravidão terapêutica.
O discurso da doença mental viola o direito constitucional do ser humano ser reconhecido e respeitado como criatura semelhante à outra qualquer. A imposição de rótulos e intervenções contra sua vontade exprime o valor coercitivo de práticas que não satisfazem seus interesses, porém o de pessoas que o julgam mentalmente enfermo. Esta problemática transborda o conforto existencial proporcionado pela engenharia semântica que reduz a singularidade em termos de doença, sintomas, tratamento, reabilitação psicossocial, entre outros.
A batalha a ser travada, portanto, não é contra as enfermidades mentais, tampouco contra manicômios, mas ao caráter involuntário das intervenções psiquiátricas, seja encarcerando pessoas em hospitais psiquiátricos ou expulsando-as de lá, seja impondo rótulos ou removendo-os à força, e assim por diante. Esta batalha não é fácil, pois exige antes de tudo que renunciemos a ideia paranoica de que devemos fazer algo por alguém a quem julgamos necessitado de um cuidado do qual só nós poderíamos oferecer. Enquanto este embuste não for destruído, creio eu, permaneceremos prisioneiros da escravidão imposta por este sacerdócio psiquiátrico.
ISBN | 978-85-907305-4-5 |
Número de páginas | 228 |
Edição | 1 (2018) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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