Esta coletânea de crônicas mergulha profundamente nos acontecimentos históricos e culturais do Brasil colonial, trazendo à luz histórias de luta, resistência e amor. Narrado por um espírito inquieto, filho da escrava Anastácia, que morreu ao dar à luz, o livro explora as injustiças cometidas contra os negros escravizados no Brasil.
O Filho de Pai Branco, o Irmão de Dandara
A primeira crônica gira em torno das experiências dos negros no Brasil colonial. O narrador é o filho da escrava Anastácia, que foi cuidado pela mesma Preta Velha que cuidou de Dandara antes de sua fuga para Palmares. Ele, agora um espírito que não consegue descansar, desperta provocado pelas poesias do autor, Davi Frazão: "A Morte de Anastácia" e "Dandara".
Ele descreve a incoerência da humanidade, o anacronismo histórico e as injustiças cometidas contra a história dos negros escravizados. A crônica narra feitos heroicos de Dandara de Palmares e sua última batalha, misturando fatos históricos com a imaginação do autor. Ao final, o narrador denuncia a desigualdade social, o preconceito e a ganância desenfreada, fazendo referência a tragédias modernas, como a morte do Padre Josimo em 1986, do Deputado paraense João Carlos Batista em 1988, da travesti Dandara dos Santos em 2017, e da Vereadora Marielle Franco e do Pai de Santo Leandro Souza de Jesus, ambos assassinados em 2018.
O Primeiro Encontro com as Icamiabas
A segunda crônica é uma fascinante narrativa ambientada no Brasil pré-colonial, onde três portugueses ambiciosos buscam uma rota secreta para as Índias Orientais. Após uma tempestade violenta, chegam à foz do Rio Amazonas (Rio Grande), acreditando estar no paraíso. Em sua exploração, encontram as Icamiabas, guerreiras lendárias comparadas às Amazonas. Tornam-se prisioneiros dessas mulheres e são obrigados a manter relações com elas.
O narrador, Alves Filho, desenvolve uma paixão proibida por uma donzela chamada Iará. Usando uma mentira, ele e Iará enganam as guerreiras para viverem seu amor e partem em novas aventuras nas águas do Rio Grande e do Grande Mar, tentando retornar ao continente europeu. Seus companheiros decidem ficar com as guerreiras, mas são libertados após a mentira ser descoberta.
Número de páginas | 47 |
Edição | 1 (2018) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Espiral c/ acetato |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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