Década de 1970, auge da ditadura militar no Brasil. Enquanto muitas vozes tentavam romper a censura e o autoritarismo do regime, outras eram abafadas para dentro do peito. Depois, traduzidas em versos e datilografadas no papel. Sentimentos que viraram poesia foram parar nesse livro e adormeceram em uma casa durante 50 anos. Mas a casa ainda está em pé, os papeis foram encontrados, as palavras ressuscitaram, as lembranças reviradas e os sentimentos ganharam forma. Sua autora, à época uma jovem jornalista sem tempo a perder e que entregou seu corpo e coração na luta por democracia, hoje é uma senhora que vive pacatamente no interior baiano - com o mesmo coração.
A obra retrata três momentos. Do corpo para fora, o Brasil exigia resistência, utopia e coragem. Do coração para dentro, medos, sonhos, inseguranças, decepções, paixões e desejos. A sensibilidade à flor da pele, da autora, e sua habilidade em traduzi-la em palavras, virou poesia. A compilação e edição dos textos foi feita por sua filha. A publicação deste livro, meio século depois dos poemas terem sido vividos e escritos, traz ao leitor a percepção dos sentimentos de uma “pessoa comum”, indissociável ao contexto político em que vivia. Ler seus versos ajuda a enxergar e sentir a subjetividade de uma das milhares de “heroínas anônimas”, que, por lutar contra a ditadura, tiveram suas individualidades transformadas em mitos coletivos. O tempo passou, o regime caiu, a jovem envelheceu. Mas, afinal, quem era aquela mulher? O que passava pela cabeça daquele rosto que era mais um em meio à multidão, em um dos anos mais autoritários do país? O que ela sentia, enquanto vivia?
Alex Hercog
Número de páginas | 120 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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