A METADE FRIA DO FOGO

A Metade Fria do Fogo, título deste livro, é uma referência ao primeiro quarteto de um soneto de Neruda:

“Saberás que não te amo e que te amo

posto que de dois modos é a vida,

a palavra é uma asa do silêncio,

o fogo tem uma metade de frio.”

Os poemas reunidos neste livro refletem a experimentação pessoal de amores, paixões, saudades, do calor e do frio, do amor correspondido e não correspondido, da falta e do excesso. Das vezes em que se amou e não se amou. Da vida enfim. Poemas em primeira pessoa são sempre perigosos. É igual a trabalhar com produtos químicos agressivos. Porque sempre entregam o autor em alta exposição e nem sempre o escrito é o que vale. É a metade fria, como uma vingança, que o autor entrega em forma de poema. Já passou. Não volta mais. O fogo atual agora é outro. O fogo do viver que continua me consumindo.