A tua química, o santo e vermelho batom pousado em tua boca, a misericórdia tingida de vida, um faquir a desejar uma boa noite de sonhos, para sonhar contigo. Se soubesse como tocá-la, se soubesse como tocá-la, traria presa ao meu olfato, e bem diria as tardes mais quentes e os seus fins batismais. Benditos seriam os frutos das horas, as auroras até o esvaziamento de todas as estrelas do céu. Se soubesse como tocá-la, atirar-me-ia ao seu corpo, enquanto os meus dedos sonâmbulos, desfazer-se iam dos laços que escondiam o teu corpo. Translucida luz a me redimir, enrubescendo todos os antigos pecados. Mas eram glaciais as tuas mãos e tuas lágrimas, chuva fria na timidez da minha floresta, coalhando nos charcos onde escondo os meus guizos... Em meu peito deixaste um selo barulhento e vulcânico, monocromático e aberto, Sangrando... Sangrando... A espera de ti a minha química xamã polifônica, meu sol liso e retificado pousado fazendo arder à garganta.
Número de páginas | 119 |
Edição | 1 (2013) |
Formato | Pocket (105x148) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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