Sobre a sensibilidade negra e a resistência transexual, trago à luz, o lado flor de todo ser negro que é silenciado e descreditado, quando o que esperam dele seja somente uma masculinidade viril ou a oferta da “mulata exportação”. Aqui homens negos choram por serem inferiorizados e mulheres negras se empoderam contra tudo que as fazem ser e se sentir como a carne mais barata do mercado. Ainda dentro desse universo, como mulher trans que sou, exponho e denuncio a existência e luta travesti além dos estereótipos e da falta de conhecimento que vem por conveniência e conforto. Invisibilizada, mas protagonista dos recordes de vítimas de assassinatos de todo o Brasil, esse paradoxo só não é mais hipócrita que a falsa verdade que é regurgitada às minorias, de que é todo mundo igual.
Decidi que traria essas vivências, perspectivas e realidades, baseados na segurança do meu lugar de fala em forma de poesia, porque há várias formas de reafirmar a existência e a resiliência negra e transexual. E eu escolhi ser versos próprios e não habitar estrofes já escritas.
Aqui, tem uma mulher negra e trans sendo inspirada por Elisa Lucinda, Adélia Prado, Eça de Queirós e Gonçalves Dias, porque não há cor de pele que limite o conhecimento, nem genital que minimize o meu sentir.
NO DESCARTE DO BARALHO, SOU A CARTA NEGRA DE UMA DAMA DE PAUS.
Número de páginas | 71 |
Edição | 1 (2018) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Colorido |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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