Neste livro, convido o leitor a embarcar em uma jornada fascinante, explorando as profundezas da mente humana e os limites do pensamento. A obra não se restringe às explicações convencionais sobre a vida, a morte e o que vem depois; em vez disso, propõe uma nova perspectiva, onde o pensamento é visto como uma forma de energia capaz de moldar realidades. É um convite à reflexão sobre o que significa realmente viver e o que pode ocorrer após a morte.
Capítulo 1: A Transcendência do Pensamento
Miguel estava deitado em sua cama, seus olhos fitando o teto enquanto o som suave de uma máquina de monitoramento cardíaco ecoava pelo ambiente. Havia algo profundamente melancólico naquele som — um lembrete constante do tempo que passava e da proximidade de seu fim. Mas, para ele, a morte não era mais uma adversária assustadora. Ele havia feito as pazes com ela.
Aos setenta e dois anos, a vida de Miguel havia sido marcada por uma busca incansável por respostas. Não aquelas que a ciência convencional ou a religião prometiam, mas aquelas que emergiam das profundezas da mente, dos pensamentos que transcendem a carne e o corpo. Miguel sempre acreditou que o pensamento, em sua essência, era mais poderoso do que qualquer narrativa mística. A ideia de uma vida após a morte não lhe causava temor, mas curiosidade — não pela promessa de um céu ou inferno, mas pela possibilidade de que, ao morrer, sua consciência não simplesmente se apagaria, mas se expandiria, abrindo portas para um mundo de criação pura.
Essa crença não era baseada em misticismo. Miguel era um homem de ciência, mas sua ciência era além do palpável. Estudou física quântica, mergulhou nos mistérios da neurociência e ponderou sobre a natureza do tempo e do espaço. A conclusão a que chegou era ousada, talvez até revolucionária: o pensamento é uma forma de energia, e essa energia, quando liberada das limitações do corpo, poderia moldar universos inteiros. Ele imaginava que, ao morrer, poderia criar uma nova realidade, guiado apenas pela mente.
Miguel observou ao redor do quarto, onde fotos emolduradas de momentos passados estavam alinhadas na cômoda. Imagens de sua juventude, de sua esposa, agora falecida, e de seus filhos, que viviam longe. Tudo parecia tão distante, quase irreal. Ele suspirou, sentindo o peso da vida sobre seus ombros, mas não sentia tristeza, apenas uma calma resignação. A morte era apenas uma passagem, um portal que ele atravessaria em breve.
A enfermeira entrou na sala, silenciosa, enquanto Miguel estava imerso em seus pensamentos. Ele se perguntava como seria a primeira realidade após a morte. Seria uma separação abrupta ou algo suave, como o amanhecer após uma longa noite? Pensou na física quântica e nas ondas de energia que percorrem o universo, imaginando se sua mente se tornaria uma dessas ondas.
Os minutos passaram em um silêncio profundo, e a dor física que o incomodava parecia ter se dissipado. Seus olhos fecharam-se lentamente, não por cansaço, mas por uma sensação de paz. Sua respiração se tornou mais leve, até que, finalmente, parou.
E então, houve escuridão. Mas não era o fim.
Houve um intervalo, um momento de ausência. Nenhum som, nenhuma visão, nenhum pensamento consciente. Apenas o vazio. Miguel não sabia quanto tempo havia passado, mas eventualmente, algo mudou.
Uma centelha. Uma ideia. Uma percepção.
Ele começou a sentir-se novamente, não como um corpo, mas como uma consciência pura. Não podia ver, mas sabia que estava ali. Aos poucos, começou a experimentar uma nova sensação — a capacidade de moldar o espaço ao seu redor. Era como se sua mente estivesse se expandindo, criando formas, texturas e sensações. A luz surgiu, envolvendo sua consciência, e ele percebeu: estava criando. Seu pensamento estava materializando uma nova realidade.
Por um momento, Miguel absorveu essa experiência, sempre acreditando que o pensamento era energia. Agora, seu universo pessoal nascia de sua própria mente. A criação era imediata, sem esforço; bastava pensar. Porém, ao criar seres humanos, percebeu que eram projeções de sua mente, sombras do que ele conhecia. Ele não queria ilusões; queria realidade.
Essa descoberta trouxe um dilema: embora tivesse o poder de criar, ainda era limitado por suas próprias percepções e memórias. Assim, o entusiasmo inicial começou a se dissipar. Ele percebeu que a liberdade não era absoluta, mas cercada por limitações invisíveis.
Enquanto caminhava pelas paisagens criadas, Miguel ponderava sobre o isolamento que sentia. Se ele conseguira transcender a morte, outros também deveriam ter feito o mesmo. A questão agora era: onde estariam? Haveria uma maneira de se conectar e compartilhar essas realidades?
ISBN | 9798344256351 |
Número de páginas | 171 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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