Este não é um livro sobre a cólera — é sobre o Brasil que a deixou acontecer. Lágrimas, Valas e Ladainhas é uma travessia literária e documental pelas entranhas do século XIX, onde a peste asiática, mais do que microrganismo, tornou-se metáfora de um Estado omisso, de uma medicina seletiva e de um povo condenado ao esquecimento.
A partir de manuscritos raros, ofícios oficiais e crônicas silenciadas, Elisandro Carvalho transforma arquivos em testemunhos vivos, desenterrando as vozes dos que sucumbiram sem nome, sem reza, sem lápide — mas não sem história. No sertão cearense, entre Saboeiro, Jardim, Crato e Missão Velha, o autor ergue uma topografia da morte e do abandono, revelando que a cólera matou mais pela negligência do que pelo vibrio.
Com estilo que mescla erudição historiográfica e lirismo trágico, esta obra denuncia o higienismo racista, os lazaretos que mais isolavam do que tratavam e o silêncio que se impôs às mulheres, aos negros e aos pobres. Um espelho retrovisor que ilumina o presente com a crueza do passado, num tempo em que pandemias ainda selecionam seus mortos por classe, cor e CEP.
Este livro é um grito que atravessa séculos, clamando memória onde só havia esquecimento. Um rito de justiça para os que morreram duas vezes de cólera e de silêncio.
ISBN | 9786501516875 |
Número de páginas | 93 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Colorido |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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