"Manual de Sobrevivência e Morte: Somente a Verdade" são histórias em tempo blocado. Histórias que querem falar à alma, quando colocam a descoberto "flashes" da experiência mais íntima, muitas vezes fugazes, da verdade que nos toca com a sutileza de uma sombra e a agudeza de uma navalha. Verdade associada a uma frase em latim de Harry Potter diante de Voldemort, ao beijo final de Wolverine e Jean Fenix, ao êxtase de Trinity ao ver o céu azul ao lado de Neo cego, ou simplesmente diante de Grace em Dogville ao dar o tiro de misericórdia em seu pretendente. Exatamente por falar à alma, esse Manual de histórias em tempo blocado – eterno retorno, eterno presente - nos reconecta, a partir do movimento e trajetórias traçadas por Kaslu – um costumeiro viajante nômade de nossas companhias aéreas -, com a Biblioteca de Babel de Borges e o velho sonho da humanidade de dar conta da totalidade.
Sobre este tempo blocado não é possível fazer grandes comentários, uma vez que este é uma construção que acontece na interação com o texto, o qual se move no tempo e espaço como uma grande serpente inca, maia, tolteca. Contudo, pode-se compartilhar um ponto: tempo blocado, dentre outras possibilidades, é esse remoinho (ah, a spira mirabilis!) que, a partir do acontecimento mais banal, mais cotidiano, nos arremessa no sonho dentro do sonho – aquele da dobra entre onírico e real.
"Manual de Sobrevivência e Morte: Somente a Verdade" é um (hiper)texto (http://www.somenteaverdade.com) que se tornou livro e que, ao inverso de Pinóquio, não teve que escolher entre duas possibilidades e abrir mão de uma delas. Assim, permanece fiel às suas origens de blog e configura um livro no qual o leitor se torna co-autor e cria novas e únicas spiras mirabilis, ascencios, patronus, ao revisitar seus próprios e singulares núcleos de significação, acoplando novas idéias aos núcleos apresentados por Kaslu.. Portanto, o Manual é um texto vivo e há que se fazer um pacto com ele. Passada a primeira resistência de se mergulhar em tempo blocado, deixe-se inicialmente conduzir pela vertigem que os núcleos de cada texto provocam, para depois ser movido pela curiosidade e, por fim, pelo prazer da expectativa, ao ver o autor cumprir surpreendentemente a sua promessa... De nos oferecer Somente a Verdade!
Número de páginas | 361 |
Edição | 1 (2010) |
Idioma | Português |
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