Foi um grande prazer compor este “Microcosmo”.
Entre canções favoritas, tardes de sol, madrugadas regadas a pensamentos inebriantes, embaladas pelo frio sutil do inverno, os sentimentos foram se condensando como nuvens e desaguando em forma de palavras, mansamente. Sem expectativas, sem medos, sem grandes sonhos, sem grandes decepções.
O sabor da essência que a alma guarda protegidamente foi o guia.
Sorri com memórias, chorei com saudades. Fui ingrato e também olhei para o céu pensando em como a vida pode ser tão perfeita em todos seus detalhes.
A eterna contradição: a besta que busca o divino. Afinal, nós, seres brutos, inacabados, somos os que precisam crer no amor, lutar pelo amor. Nós, seres mesquinhos e escuros, é que precisamos buscar a luz.
“Microcosmo” é meu nono trabalho, que como os anteriores, nasceu sem pretensões; é mais outra criança correndo na chuva ou brincando com as flores dos ipês que cobrem os chãos de inverno.
Mas ao contrário do que possa parecer, quero bem mais do que apenas expressar meus sentimentos e sensações.
Acho que a poesia tem um poder único. É uma força bela e rara de conexão.
Para mim é um prazer sem tamanho passar os olhos pelas palavras dos mestres e ver algo de mim, algo do que sinto ali. Fico maravilhado com a capacidade que eles têm de falar para almas e de almas que nunca chegaram perto.
Então, este não é apenas um convite para conhecer o microcosmo de quem colocou estas palavras no papel, mas é um convite à comunhão dos nossos microcosmos. Dos nossos sentimentos. De quem escreve e de quem lê.
Existe uma série imensa de cores e sentidos a serem explorados, mas de alguma forma todos nós sofremos de um certo grau de “daltonismo” que nos impede de enxergar além daquilo que nossos olhos já estão condicionados. Mas podemos ver mais, ver adiante, dentro e fora de nós. Sair da estrada em que caminhamos sem questionar e olhar para os lados que ninguém nos mostra. Sim, estes poemas falam do medo, do amor, da perda, da esperança, da luz e da claridade, mas sua principal proposta é: o que tiramos disso? Que visão temos daquilo que essas coisas nos deixam? Como lidamos com elas ao longo dos dias?
A vida tem uma infinidade de cores, uma infinidade de sentimentos, e nós podemos ver mais, sentir intensamente cada um deles. Meu desejo é que estas palavras possam fazer algo para ajudar nisso.
Número de páginas | 90 |
Edição | 1 (2016) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 90g |
Idioma | Português |
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