Há famílias que se escondem atrás de cercas brancas. Pintam as madeiras podres, plantam flores nas rachaduras e fingem que o vento não assobia segredos pelas frestas. Mas as raízes, ah, as raízes nunca mentem. Elas se entrelaçam no subsolo, engolem ossos de verdades não ditas e brotam em silêncio, até que um dia perfuram o concreto e expõem o que ninguém quer ver.
A Casa Voss era assim: uma antiga igreja convertida em lar, com vitrais quebrados substituídos por cortinas de renda e um porão que guardava mais do que caixas de Natal. Lá viviam os Voss, uma família cujos segredos eram regados com tanto cuidado que haviam virado flores venenosas. Merit, a filha que desapareceu, costumava dizer que a cerca branca no jardim era a maior mentira de todas — "um sorriso de dentista barato", como escreveu em seu diário. Mas foi Honor, sua irmã gêmea, quem herdou o peso de desenterrar o que Merit plantou. Enquanto folheava as páginas do diário deixado sobre a cama vazia, Honor descobriu que segredos são como sementes de dente-de-leão: basta um sopro para que se espalhem e criem raízes onde menos se espera.
Entre as linhas rabiscadas, encontrou a mãe biológica que nunca conheceu, o amor que virou cinza e a pergunta que a persegue desde então: quantas mentiras cabem em uma família antes que ela desmorone? Este é um livro sobre flores que nascem do apodrecimento. Sobre mães que vivem em porões e cartas que nunca chegaram. Sobre irmãs que são espelhos quebrados, refletindo pedaços de quem u
Número de páginas | 120 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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