Uma conversa entre pai e filho, um diálogo que, por fim, se transformou na narrativa da história de um antepassado recriada através de informes familiares esparsos, alguns reais, outros presumidos, outros até imaginados, envolvendo comportamentos de pessoas reais vivenciados na virada do século XIX para o XX, aquém e além da Serra da Mantiqueira paulista, numa pequena localidade das Minas Gerais – e fora dela também – hoje uma grande cidade. A história contada pelo pai ao filho foi a de um tropeiro-boiadeiro que retornava para casa, depois de uma longa viagem, rememorando fatos que regeram a sua vida até então e que, em determinados momentos, mostrou-se contraditório e auto confessional ao relembrá-los, tendo por cenário a subida e a travessia de montanhas serranas por trilhas e picadas antigas em meio da mata. É nessa viagem de retorno, de muitos dias, que lhe vêm à lembrança momentos marcantes de dias pretéritos, bons e maus, trazendo-lhe à tona pensamentos, sentimentos, crenças, descrenças, vivências e imaginações, frutos de uma alma simples, de um homem simples, mas também complexo, e do convívio mantido com a alforriada Iaiá Bia, com o mestiço-caboclo Manoel Piatã, com a velha Nhá Hortência, e com o negro Toco Preto, com os quais ainda irá conviver por algum tempo, vindo a saber, em momentos de dolorosas perdas, o sentimento íntimo de alguns deles para consigo, um homem de poucas palavras, de voz trovejante, de temperamento inflexível e olhar penetrante, igual ao de quem olha firme para a tempestade e sorri para a calmaria que traz o nascente e o poente de cada dia. Crendices, superstições, folclore, religiosidade e espiritualidade, acham-se presentes a todo momento na narrativa, mesclando o real ao imaginário, ambos ao lendário, e também ao hilário. E “Pelegrino” – que você, leitor, ora tem em mãos – é tudo isso, ou isso tudo, ou quase tudo isso: um homem da sua época, que conviveu com gente da sua época, um brasileiro forte igual a todos os brasileiros de ontem e de hoje, embora não soubesse, embora nós mesmos não saibamos ou fingimos não saber que também somos.
ISBN | 9786500944969 |
Número de páginas | 119 |
Edição | 1 (2024) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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