APRESENTAÇÃO
Definir o livro POEMAS EM CONTRA(E)DIÇÃO como uma obra literária de prosa poética seria enfaixá-lo dentro daquilo mesmo em que se propõe. O delicioso livro em que o leitor tem agora nas mãos é um lírico escrever da autora Nazareth Bizutti através de poemas onde são revisitados temas de infância, juventude e muito do nosso cotidiano.
Dotada das mais diversas capacidades artísticas, das artes plásticas ao teatro, da gravura à escultura, é na poesia que a autora nos brinda nesta coletânea de poemas, em uma mostra do seu talento em combinar palavras, emoldurar o tempo, decodificar gestos, arrematar emoções e decupar, como um editor de filmes, cenas de nosso dia-a-dia.
No primeiro momento, o leitor se depara com o arauto de um Madrigal Pilimpilante, uma pequena porção do que ainda está por vir. Na medida em que avançamos nos poemas, a autora nos revela o “ser das coisas simples a simples razão de ser”. A pureza da chuvinha fina a chuviscar de alegria, lavando a alma do leitor, como se buscasse abrir mentes e corações para as próximas páginas.
“Na sombra de um inseto tonto tento o olhar fitar atento” são pequenas e preciosas combinações de palavras que não conseguem passar despercebidas ao olhar atento do leitor sensível aos versos de Nazareth Bizutti nesta qualidade específica de obra literária que é o Poema.
É na música que o poema, em suas raízes históricas, encontra a sua relação. Na Idade Média o poema era cantado, só depois foi separado do acompanhamento musical. Portando podemos falar que a autora mantém o tom em todos os seus poemas, sem desafino algum.
Do início ao fim da obra, entre divagações, reflexos, cantorias do cotidiano, vão se revelando personagens como D. Olga, o velho, Rosinha e tantas margaridas trazidas da imaginação audaciosa e singular da autora. É como se Nazareth Bizutti sobrevoasse o tempo e o espaço desvendando-nos de forma particular, a estética e o lirismo de suas paisagens.
POEMAS EM CONTRA(E)DIÇÃO descortina-se para o leitor em temas relegados ao esquecimento – as lavadeiras, a paisagem mineira, a menina, a borboleta, a dançarina. Entre o fluxo e o refluxo, de memórias e esquecimentos, de dias e de noites, de tarde e manhãs numa transpoética dos espaços que se percebem no retalhamento de palavras conexas em um louvável exercício de Penas e Teimas.
Eis um livro de poemas subversivamente correto, onde em palavras da própria autora, “desabrocha a vida meio terracota”, onde o menino encontra o poeta dentro do cristal, em que a Margarida, no seu ultimo e derradeiro ato de Vida e Morte, “bebe a lágrima de sua ultima seiva”.
Convido o leitor a entrar no universo cria-ativo de Nazareth Bizutti e saborear do néctar deste banquete teatral de palavras, onde “o poeta arranca o suor da lágrima à rima”. O privilegiado espectador desta peça em Poemas encontrará muitas paisagens entre tantas um “campo coberto de sol onde a garoa fina vem desenhar a lembrança”.
José Carlos Gomes
ISBN | 978-65-266-2725-9 |
Número de páginas | 73 |
Edição | 1 (2011) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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