A velha dialética, intrínseca ao mais ínfimo e rudimentar ser até ao mais complexo organismo, evidencia em todos os sentidos e direções, as leis das transformações das coisas animadas e inanimadas. Da bactéria aos planetas do universo, do vírus às estrelas do céu. Ora refletindo a destruição de existências obsoletas, ora configurando recomposições mais evoluídas, vitais à realidade que se altera a cada instante.
Instrumento de investigação das mudanças universais, a dialética expõe os fatos, do repouso em seu ângulo zero até o infinito através da dinâmica das mudanças em tudo. Analisa cada um que, reflexivamente, alcança a totalidade no tempo e espaço sem fim.
Método geral de pesquisa da realidade nascente, em movimento, esclarece novas leis para revisão das falácias científicas do ontem. Exibe os axiomas do hoje mais próximos da verdade, no cenário da natureza e da sociedade dos homens, reflexos das contradições internas às coisas e acontecimentos do mundo.
A dialética é portanto, um meio científico dinâmico para interpretar as mudanças do universo, dos fenômenos, processos, idéias em evolução, historicamente: nascimento, crescimento e morte. Identifica as leis mais gerais que impulsionam esses movimentos para análise da dinâmica universal. Materializa-se em quatro teoremas básicos 1, a saber:
• Lei da Ação recíproca e da conexão universal:
• Lei da transformação e do desenvolvimento;
• Lei das mudanças qualitativas;
• Lei da luta dos contrários.
Deste modo, investiga a marcha evolutiva da
natureza e da sociedade a partir da energia gerada
no choque dos contrários existentes entre as coisas do meio onde operam, engendrando mudanças.
Na natureza, por exemplo:
• A luta do pinto contra a casca pela vida da ave;
• O movimento do embrião contra a semente para brotar a árvore;
• A luz contra as trevas pela fotossíntese da planta;
• O calor contra o frio pela vida na terra;
• A dinâmica contra a inércia pela energia em tudo.
• A pétala contra o botão pela flor.
Na sociedade humana:
• A justiça contra o arbítrio pela liberdade;
• A greve contra a opressão pelo direito, para cidadania;
• O movimento democrático contra a ditadura pelo povo livre;
• O escravo contra o senhor pelo feudalismo;
• O servo contra a aristocracia pelo capitalismo;
• O proletariado contra a burguesia pelo socialismo;
• O projeto de pesquisa contra a metafísica 2 pela verdade científica.
À luz dessas reflexões, o projeto é o instrumento hábil e suficiente para a prática dos métodos formal e dialético na investigação dos fatos criados pelas mu-danças da realidade.
Contrariamente à metafisica dogmática do imutável e o senso comum que trata os acontecimentos de modo casual, sem nenhum sistema de controle, o projeto é o núcleo da sistematização. Permite a prática do método científico, possibilitando o rigoroso controle dos fatos, acontecimentos, idéias, investigando-os de forma crítica, histórica e dinâmica,
O plano de pesquisa é portanto, o estágio primário; primordial em todo estudo exploratório da verdade científica. Dele depende a explicação dos fenômenos inerentes ao meio. Por isso, deverá ser grande a racionalidade em sua elaboração. Nele deverão ser fixados todos os aspectos envolvidos num processo de investigação. Em linhas gerais, deverá compreender as seguintes fases:
• Descrição do problema objeto do estudo;
• Importância do problema para a sociedade;
• Definição dos objetivos a serem atingidos;
• Elaboração de uma solução teórica;
• Seleção de conceitos operacionais;
• Elaboração de modelo teórico ou conceptual;
• Construção de modelo estatístico ou matemático;
• Levantamento de hipóteses de trabalho;
• Definição de teste das hipóteses;
• Fixação das técnicas de investigação;
• Seleção da área de estudo;
• Definição do universo e da amostra;
• Elaboração de formulário, questionário ou experimento nas ciências exatas;
• Teste dos formulários, questionários ou experimentos;
• Treinamento dos pesquisadores;
• Estudos bibliográficos sobre o assunto abordado;
• Elaboração de orçamento para financiamento da
pesquisa;
• Definição de cronograma para execução;
• Utilização da imprensa, internet, etc .
A obra do autor sobre a pesquisa científica, materializa-se em duas etapas que, conexas e simbióticas, formam uma unidade. A primeira, Introdução à Pesquisa (6), na 3ª edição em português na 1ª edição
em espanhol, Introduccion a la Investigación (7), lançado no ano de 1998 em Havana- Cuba. O texto Projeto de pesquisa é a segunda etapa, complementar da primeira, dando a ambos um todo orgânico; respectivamente: teoria e prática.
Introdução à Pesquisa formaliza a base teórica da investigação científica. Seus métodos, técnicas e instrumentos. O texto Projeto de Pesquisa concretiza a prática, isentando o pesquisador de teorizações enfadonhas. Ao contrário, expõe, à semelhança de galeria, uma série de nove projetos, testados e aplicados pelo autor em sua vida profissional. Afasta o leitor do virtual que o confunde e cansa. Assenta-o no real que o elucida e deleita. Imerge-o na prática, emerge-o dela para melhor conscientizá-lo. É a dialética do conhecimento pelo fazer, praticando exaustivamente.
Número de páginas | 264 |
Edição | 1 (2004) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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