“Não deixem viver a feiticeira”
(Êxodo 22:18)
Assim teve início a Inquisição, por um decreto papal de 1233 que impunha oficialmente a lei do Vaticano. Nos cinco séculos seguintes essa temível instituição consumiria os inimigos da Igreja, heréticos ou feiticeiros às centenas de milhares. Na Provença, a Inquisição varreu os cátaros da face da terra. E logo ela se estendeu para outras partes da França, depois da Itália e da Alemanha. Neste país, aliás, o imperador Frederico II já havia lançado uma campanha semelhante, outorgando a seus oficiais seculares a tarefa de erradicar os heréticos; agora, seus promotores começaram por colaborar com os da Igreja. Na Espanha, a família real estabeleceu sua própria Inquisição independente, utilizando os mesmos métodos brutais para perseguir mouros, judeus, heréticos e, ocasionalmente, grupos de suspeitos de prática de bruxaria. Assim começou uma tradição de carnificina, um longo desfile de corpos torturados e queimados, um legado que negava as premissas mais básicas da sociedade civilizada.
A melhor estimativa é a de que possivelmente 200 mil pessoas teriam sido condenadas à morte como praticantes de bruxaria antes que essa obsessão decaísse, nas últimas décadas do século XVII. De qualquer modo, tratou-se de uma experiência sombria, horrível e vergonhosa para a civilização ocidental e para o cristianismo.
“Trate os chefes da Igreja, trate os juízes, ou me trate, como você trata essas pessoas infelizes. Submeta-nos às mesmas torturas e você descobrirá magos em todos nós.”
(Von Spee, em 1627)
Número de páginas | 72 |
Edição | 2 (2022) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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