Os diálogos entre cinema e literatura têm sido motivo de inúmeras reflexões ao longo das últimas décadas. Ao pensar a confluência entre estas duas linguagens, é inevitável evocar a figura de Manoel de Oliveira, mestre do cinema português. Tendo vivido até os 106 anos de idade, Oliveira foi um dos poucos artistas que viram as transformações socioculturais pelas quais o mundo passou ao longo do século XX e o momento inicial de sua produção coincide com o auge da revista presença em Portugal. A relação do cineasta com essa “Folha de Arte e Crítica” se estreita à medida que intensifica sua amizade com José Régio, um dos idealizadores do periódico. Régio apresenta ao jovem Oliveira as inovações estéticas propostas pela presença e a forma renovadora pela qual ela defendeu a divulgação do conceito de arte que denominou “Literatura Viva”. Assim, o movimento presencista e a estética que Manoel de Oliveira propõe desenvolver no cinema convergem para o mesmo propósito, especialmente no que concerne às questões relacionadas à originalidade de uma obra autêntica: uma arte sincera e atemporal, que expressa a essência da alma humana e as suas relações com o contexto da vida moderna.
Este livro, resultado de anos de pesquisa de doutorado, propõe um estudo da produção cinematográfica de Manoel de Oliveira, conduzindo o leitor em um passeio por sua obra fílmica e observando a influência que esta recebeu do presencismo português, detectável, sobretudo, na relação que ela estabelece com outras artes e, dentre elas, especialmente com a literatura.
ISBN | 9786588543771 |
Número de páginas | 254 |
Edição | 1 (2023) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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