EGOTRIP

Egotrip significa uma grande viagem interior desde que eu me compreendo como ser humano. São preciosos cacos de vida, que compõem um rico mosaico existencial. Muitas dessas poesias atravessaram o tempo, foram concebidas ainda na minha adolescência, outras em um passado quase presente de tão atuais que são.

Alguns poemas nasceram com a visceral vocação da poesia nua e crua, fatal, poesia em si, pura e simplesmente. Outras são letras de músicas que já fazem parte do meu repertório e algumas já gravadas. A poesia nunca me abandonou, sempre esteve comigo nos bons e maus momentos. Companheira, eterna amiga, ombro amigo, parceira e amante. Hoje já com cabelos grisalhos denunciando a grande caminhada da vida, dou início ao processo de publicação de minha obra poética.

É o primeiro livro de uma coletânea de quatro volumes que será publicada nos próximos dois anos. Será como um testamento, uma viagem e como todas as viagens, composto de momentos díspares como amor, alegria, decepção, revolta, tristeza e muita reflexão. São momentos de extrema doçura e ao mesmo tempo profundos e rascantes. Pode ser um confortável travesseiro de plumas e ao mesmo tempo uma adaga afiada apontada para o peito. Apresenta cantos de liberdade, o banzo das senzalas pelo sonho impossível de retorno ao continente africano. Descreve a perversão da escravidão, da raça negra, os abusos do colonizador, os sonhos impossíveis de felicidade no cativeiro.

Egotrip passa pela floresta e traz com ela seus mistérios e seus povos, xamãs, seringueiros, caboclos, seres encantados. Traz o cotidiano das cidades, mostrando homens e mulheres, seres comuns, em suas mais diversas composições de existências: Felicidade, fraqueza, amor, ciúmes, ambições e outros pensamentos que compõem nossa personalidade e nosso modo de vida. Nos envereda por um território denso e difuso, onde o superego empreende uma luta titânica com o id durante esta instigante jornada. É um profundo mergulho em busca de nossa difusa realidade existencial.