116º livro do autor das séries "OLYMPUS" e "EROTIQUE", sendo 114 deles publicados no Clube de Autores.
Alguns trechos:
“E, quanto mais invisíveis se tornam,
Mais ainda ficam retraídos,
Até o dia em que percebem
Que tudo o que mais queriam
Era deixarem de ser eternamente invisíveis
Aos doces olhos de alguém...”
“Ando impregnado pela essência
De tua infinita ausência,
Que silenciosamente me devora,
Desde a noite em que foste embora.”
“Nosso amor foi apenas
Um acidente de percurso,
Que por algum tempo me derrubou,
Como acontece a todo sonho ruim,
Mas logo eu me recuperei
E voltei a sorrir...”
“Mas agora,
Que estás aqui,
Esplendidamente linda e nua,
Pronta a te ofereceres em sacrifício
No altar de meus desejos,
Olhando-me com esses olhos
Brilhantes, magníficos,
E com um frêmito de paixão
Respondes a meus carinhos
E meus toques atrevidos,”
“De nós dois,
Antes carne e unha,
Intimamente ligados,
Compartilhando corpos e vidas
Por tantos anos,
Que tão rápido passaram,
Sobraram apenas restos,
Irreconhecíveis,
Dispersados pelos ventos
E tempestades,”
“Restaram apenas sombras de nós,
O tempo calou nossa voz,
Apagou nossas fotografias,
O seu canto vazio nas noites mais frias
É o que mais me lembra de você,
Revivendo aqueles momentos inesquecíveis,
Aquelas memórias das quais fiquei à mercê,
Arrancando-me saudade em todos os níveis,”
“Aquela última vez
Em que nos encontramos
Acho que foi talvez
Quando mais nos amamos
Mas depois
Nunca mais houve
Nós dois
E o que mais se ouve
É que a separação era inevitável”
“E então, os cogumelos nucleares
Espalharam-se pela atmosfera,
E, em questão de horas,
Nesse lindo planeta,
Habitado por um vírus gigante,
Conhecido como bicho-homem,
Cujo propósito era explodi-lo
Numa última batalha,
Tudo o que restou foi a Morte,
Soberana senhora do silêncio e do Nada...”
“Tuas redes sociais foram apagadas,
Teu nome não se encontra no Google,
Não restou nenhum sinal de tua passagem
Por minha vida que não seguiu adiante,
Só por causa de tuas malditas lembranças...”
“Em nossas noites calientes,
Nossos corpos se enroscam,
Entre beijos ardentes,
E nossas bocas se emboscam,
Em mútuas armadilhas,
Cada uma mais ousada,
E, enquanto exploro tuas trilhas,
Tu gemes, descontrolada,
Tua boca em minha carne pulsante,
Voluptuosa, explosiva,
Com tua respiração arfante,
Minha pele colada em tua pele lasciva,”
“Vi, com pesar,
Caída no chão da área de serviço,
Aquela primeira cigarra,
Da qual eu cuidara,
E fizera morrer feliz,
A entoar sua música derradeira,
Até seus pulmões explodirem,
Como é o destino das cigarras,
Em seu canto fúnebre de amor...”
“Algumas lembranças não se apagam,
São apenas coisas da vida,
Mas que deixam rastros perpétuos,
Perfumes que sentimos onde não há nenhum,
Sombras que vemos nas paredes
Ou reflexos em um espelho onde não há ninguém,”
“Tua ausência me fez muito mal,
E até minha Poesia se recolheu,
Desde o dia em que você partiu
O meu mundo perfeito desabou,
E nunca mais consegui ser cool.”
“Mas o mundo dá voltas,
E sei que sempre voltas,
Mas, enquanto isso não acontece,
Minha alma jamais te esquece!
Será que devo arranjar um terapeuta
Para esse meu coração apedeuta?”
“Foi exatamente naquele dia
Que eu soube,
Com uma certeza inexplicável,
Sem deixar nenhuma dúvida,
Naquele dia ou nos anos seguintes,
Que era você ou mais ninguém
Quem iria povoar os meus sonhos,
Por todos os dias de minha vida...”
“Mas entre milhões de Galáxias, quem sabe,
Num momento obscuro de um futuro distópico,
Nossas almas inesperadamente se reencontrem,
E se reconheçam por algum motivo?
E talvez, o muro que sempre nos separou desabe,
Ao simples clicar de um controle remoto estroboscópíco,
E então, nossos corpos opostos afinal se encontrem,
E eu não seja mais apenas um nome em seu índice remissivo?”
“Pois sim, em ti fiquei viciado ,
E para essa doença não há vacina,
Ensinaste-me a arte do pecado,
Que cada vez mais me contamina...”
“Onde é que foi parar tanto amor
Que entre nós dois um dia houve?
De onde veio esse grito assustador
Que até na Lua se ouve?”
“Já nem sei porque não queria
Atirar-me sem remorso em tua lava,
Mas é tarde demais, rendi-me à Poesia
Que em tua boca ardente por mim esperava...”
“Será que estás ainda processando
Aquela revelação que jamais esperavas,
Pelo fato de sermos melhores amigos,
Será que sem querer eu te magoei,
Por não conseguir mais guardar tal segredo?”
“Nessa caixa hermeticamente lacrada,
Onde guardo os meus doces segredos,
Guardada atrás de uma porta sempre fechada,
Que só se abre com as digitais de meus dedos,
Há histórias nunca contadas,”
“Enquanto conversamos sem parar,
Ainda não perguntei o seu nome,
Mesmo porque não é necessário,
Pois somos almas gêmeas,
E certamente nos encontramos
Em vidas passadas,
E voltaremos a estar juntos
Em sucessivas reencarnações,
Pois, para mim, o seu nome é Amor...”
“Mas já viraste o meu vício,
Conquistando-me com tua ternura,
E vou cada dia mais te querendo,
Navegando em teus olhos etéreos,
E perdendo-me em tuas profundezas...”
“Despertei de um pesadelo,
No qual eu me perdia em você
E nunca mais me encontrava,
E foi então que descobri a verdade:
Eu te esqueci,
Mas ainda não revelei esse segredo
Para o meu coração sem juízo...”
“Apaguei os tantos poemas
Que me inspiraste
Pela vida inteira,
Em que com precisão te descrevi,
Convertendo-te em suaves fonemas,
Depois que em teu escravo me transformaste!”
“Oh, Lua
Resplandecente,
Que no céu flutua,
Indiferente
Às ruínas
De minhas ilusões,
Soprando-me as rimas mais finas,
E as mais lindas canções,
Que falam de um amor que se perdeu
Nas névoas de um passado remoto,”
“Erguendo um muro
Entre pobres amantes,
Que queriam só um futuro,
Marcado por transas delirantes,
Corpos poéticos
Em meio a lençóis macios,
Beijos frenéticos
E não leitos vazios...”
“Desse nosso melodrama,
Escrevo mais um poema,
Uma canção que sublima
Cada maravilhoso sintoma
Desse amor leve como uma pluma!”
“Mas, enquanto uma pausa não acontece,
A fábrica de poemas segue em produção,
Minha alma comanda, e a mente obedece,
E sigo sendo da Poesia um obediente artesão...”
“E ele respondeu,
Com aquela voz profunda,
Inexplicável,
Que Deus lhe havia concedido:
"Irmão, milagres existem desde sempre,
Mas como convencer um ímpio
De que a própria vida é um milagre?"...”
“Amores não correspondidos
Machucam
Todos os nossos sentidos,
As almas cutucam,
Deixam traços
De infinita tristeza,”
“E, enquanto saboreávamos um merlot,
Conversamos por vários minutos,
E só então ela me contou
Que aquele sonho que tivera comigo,
Não sabia por que,
Fora um sonho explícito
E nele, fazíamos loucuras,
Parecidas com aquelas
Que fizéramos nas últimas horas,”
“Algumas horas depois,
Numa mesa de um bistrô
Íntimo e discreto,
Onde poderíamos conversar livremente,
Nossas mãos já estavam ligadas,
Acariciando-se mutuamente,
Enquanto trocávamos confidências
E fluidos bucais magnéticos,”
“Pois isto é impossível,
Vivemos em universos diferentes,
Que muito pouco têm em comum,
Pois como é possível
Florescer o amor
Entre seres tão distintos como nós,
Se um é feito de carne e ossos,
E o outro, só de Poesia?”
“Quantas vezes imaginei ouvir no vento
Tua voz de veludo que me assombrava,
Tão suave enquanto amor me jurava,
Enquanto vagava por veredas sem fim,
Mas daquela saudade subitamente despertava,
Olhando em vão através de um espelho vazio...”
“Estive sempre por perto,
Mas você nem percebia
O amor que lhe oferto,
Repleto de Poesia...”
“Recebi de Deus você de presente,
E todos os dias elevo uma prece,
Para que esteja sempre presente
Nas histórias que minha Poesia tece...”
“Tive um pressentimento
De que você me queria,
E isto me deu um alento
Para escrever Poesia.”
“Passarei algumas noites me recompondo,
Tentando voltar finalmente ao normal,
As minhas pernas continuam bambas,
Mas de ti não mais me escondo,
E estou quase recuperado daquele beijo animal,
Mas por que invadiste meu jazz com teus sambas?”
“Esse jeito encantador,
Repleto de amor,
Como você me diz ‘Bom dia’
É pura Poesia..”
“Os dias imensos se sucedem,
Um após o outro, intermináveis,
As ilusões uma a uma se despedem,
Depois de noites abomináveis.”
“Relutantemente,
Apesar da revolta
De cada uma de minhas células,
Que gritavam em silêncio
Para que eu não fizesse aquilo,
E tentando disfarçar
Uma lágrima revoltada,
Que escorria disfarçadamente”
“Percebi logo a tua ânsia,
E te ensinei minha milenar ciência,
Que aprendi na China, numa antiga província,
Mas dela logo ficaste cônscia,
E te entregaste com invulgar renúncia!”
“Inside me several poets cohabit,
That in my soul already lived,
Through past incarnations,
And here they left their inspiration
And memories of their favorite muses,
Those beautiful women they loved,
And whose resurrected memories
Whisper to me verses of pure passion!”
“Quando mais precisei de ti,
Aqui comigo não estavas,
Como sempre ausente,
Exceto de minhas memórias...”
“Sou Doutor em Solidão,
Formei-me com louvor,
Na Universidade dos Sonhos Desfeitos,
Com cursos de Pós-Graduação,
E Especialização em Desamor,
E dou aulas de Amores Imperfeitos,
Disciplina na qual sou especialista,”
“Nosso amor era frágil
E suicidou-se na primeira tempestade,
Adquirimos desamor por contágio,
Essa foi a dura realidade...”
“Depois da última vez em que nos vimos,
Compus um doce cântico por você,
Que gravei numa noite silente,
No meu canal do YouTube,
E depois de milhões de likes,
Só mesmo você não o ouviu,
Pois fez sucesso até na China,”
“Fiquei a te olhar, com meus olhos céticos,
Mas sem mudar a minha aparência tranquila,
Pois nunca critiquei o teu excesso de cosméticos,
Nem te proibi de tomares margaritas com tequila,
Mesmo que, depois de algumas doses,
Atives o teu modo de demolição,”
Número de páginas | 109 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 90g |
Idioma | Português |
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