Acredito que sou assim desde criança (a partir dos 7 ou 9 anos) de ficar entre o concreto e o abstrato. Ficou mais intenso na minha juventude, que é esperada a fase de polaridade e é lógico que tive os meus excessos, mas com pouca duração, nem tanto de um lado ou do outro (nem tanto o céu e nem tanto a terra). Sempre achei estranha a capacidade de pessoas em viver intensamente mais o lado abstrato da vida e posso até incluir a visão mágica das coisas, do que a interpretação da realidade sem a prisão ideológica ou política.
Sempre transitei entre sólidos (concreto) e líquidos (abstrato), se bem que o ar é mais abstrato, mas escolhi os líquidos pela capacidade de deixar as marcas e ao mesmo tempo de fluir com muita facilidade. O líquido tem muita força e vai embora deixando os seus sinais.
Neste livro há uma tentativa em sair da imagem de que o poeta tem a necessidade exageradamente romântica e a dependência da dor na produção de rimas. Desta forma romântica desproporcional funciona como escape da dura realidade, talvez seria improvável escrever bem se o poeta fica no limitado e grosseiro realismo sem os recursos da analise, teoria e arte para entender o que vê, sente e vive de concreto.
É esta força estranha que me leva externar e quando em ressonância com a realidade (minha, sua, dos outros e nossa, mesmo o particular ou geral) é de força tamanha que me faz continuar. Este é um livro que compartilho e que é parte do meu jeito de ver as coisas sólidas e líquidas e do meu trânsito, de pontos e contrapontos entre elas. Quem sabe errar menos!
Número de páginas | 106 |
Edição | 1 (2014) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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