86º livro do autor das séries "OLYMPUS" e "EROTIQUE", todos eles publicados no Clube de Autores, exceto "Poeticamente teu", da Coleção Prosa e Verso 2019 da Prefeitura de Goiânia.
Alguns trechos:
“Lendas alienígenas surgem em nossa mente, / Passadas em algum planeta que sequer existiu, / Em um Universo que é pura invenção, / E julgamos que essa inspiração é puro acidente, / Então, narramos essas memórias que ninguém nunca viu, / Sobre amantes furtivos que morreram por paixão!”
“Nossa história de amor é um suplício, / E, por causa dele, muitas vezes morri, / Então, por que será que é tão difícil / Lembrar quantas vezes já te esqueci?”
“Nossa história é um ponto de interrogação, / Mas ainda sem um ponto final... / Será que merece uma investigação / Saber por que ficamos só no sexo casual?”
“Já entrei na contagem regressiva / Dos anos que ainda me restam, / Só espero que a minha Poesia a mim sobreviva, / Nesses versos profanos que os anos me emprestam...”
“E assim, chegamos ao final desse drama, / Nós dois, antes ternos amantes, / E agora, compartilhando a mesma cama, / Mas milhares de milhas distantes...”
“O verão passou, tu me deixaste, / Mas ele em minha memória permanece, / Pois em meu coração para sempre ficaste, / Nessa doce saudade, que nele floresce...”
“A música de minha vida / Virou um zumbido, / Irritante, / Agudo, / Tornou-se uma enorme ferida, / Apenas um ruído, / Incessante, / E é tudo!”
“Meus versos usam apenas rimas sombrias, / Chamo o Sol, mas só a escuridão me responde, / E insiste em se jogar sobre minhas pupilas, / E do meu último riso nem me recordo, / Onde foi que escondeste a minha alegria?”
“E assim vamos levando a vida, / Quando saio dos trilhos, tu me corriges, / O teu doce sorriso, a te amar me convida, / E lindos poemas de amor, com teus olhos rediges...”
“Nosso amor é um verso incompleto, / Onde falta rimar o refrão, / Pois de paixão ele está repleto, / E mais ainda de solidão!”
“Nosso amor já não tem salvação, / O barco que vinha salvá-lo afundou, / E fracassou em sua missão de resgate, / A chuva leve tornou-se um furacão, / O amor que me tinhas, o vento levou, / E o nó em meu coração, não há quem desate!”
“Como se pode ficar insensível / À magia inexplicável da Vida, / Esse mistério que Deus tornou tão tangível, / E que eternamente a sonhar nos convida?”
“Meu coração é de porcelana, / Frágil, e tantas vezes já se quebrou, / E depois, fica nessa tristeza insana, / Por causa do amor que se acabou!”
“E, quando termino de cantar a última melodia, / Com aquele seu magnífico refrão, / Sobre uma paixão que a lua proibia, / O seu quarto continua no escuro, / Mas não sei se você está acordada, / E, se estiver, esse meu amor insano esconjuro, / Pois de que adianta, se para você não sou nada?”
“Fico por horas a admirar o teu corpo despido, / Essa linda escultura de carne, ossos e músculos, / Pois, nessas batalhas nas quais tens me prendido, / Essas tuas alvoradas atraem meus crepúsculos...”
“Nesse vaivém das horas insano, / A ampulheta do amor gira ao contrário, / E suas areias escorrem num ritmo profano, / E matam os peixes de nosso aquário!”
“Tento me libertar, mas já é tarde demais, / Pois minha mente já ficou impregnada / Das cenas loucas de nossos contatos carnais / E nela sua doçura ficou gravada / Nas lembranças que minha tristeza adubam, / Pois exalam em minhas narinas o seu doce perfume / Nessas memórias suas que me derrubam, / Quando ouço nossas músicas no último volume!”
“A quantos naufrágios / Deverei sobreviver / Em tuas loucas correntes? / Quantos presságios / Deverei esquecer / Em teus lábios pungentes?”
“Tenho a goiabada, / Mas me falta o queijo, / Em teu tudo naufraga meu nada, / Morro à míngua / Sem o teu beijo, / Mas já não falas minha língua, / E por isto morro de tédio,”
“Seu rosto em meus sonhos esculpo, / Mas com você ando em débito, / E por ele me desculpo, / Pois ando meio decrépito, / E minhas memórias andam falhas, / Não respiro direito com desvio de septo, / E ando cansado de recolher migalhas, / Por isto, eu lhe faço um repto: / Que acha de juntarmos nossas tralhas?”
“Pois depois, nunca mais você me verá, / Para mim, será um tipo cruel de saudade, / Saber que nos amamos, mas não mais haverá / Maneira alguma de preservar minha sanidade...”
“E, quando você abre os olhos e me sorri, / Como se o Amor estivesse aqui onipresente, / Às vezes, fico até imaginando que morri, / E que você foi o sonho que ganhei de presente!”
“E, quando o silêncio pleno é só o que resta, / Numa vida da qual a paixão também se esvaiu, / Um fantasma de você mesmo espia pela fresta, / A espreitar o oceano que em seu rosto surgiu...”
“E, nessa balbúrdia que o tempo virou, / Nós nem nos conhecemos ainda, / Mesmo tendo dormido juntos no ano que passou, / Mas, quando olhei aquela sua foto linda, / Vi que você me olhava com fogo no olhar, / Naquele futuro onde morreram milhões, /
E, enquanto o Deus do Tempo gargalha sem parar, / Tudo o que restará de nós foram as ilusões...”
“As canções que compus perderam o ritmo, / Nada do que planejei com você deu certo, / Baixou um vírus em meu algoritmo, / Meus jardins suspensos viraram um deserto, / Da minha inspiração, que era um colosso, / Já quase não saem mais poemas de amor, / Meu filé mignon transmutou-se em um osso, / A comédia que escrevia virou um enredo de terror,”
“Quando chega janeiro, eu a esqueço, / Mas por alguns meses apenas, / Sem lembrar de você, adormeço, / E minhas noites voltam a ser plenas, / Mas, no fim do ano, volta o mesmo calvário, / E começa novamente meu inferno astral... / Por que cargas d’água o seu aniversário / Tinha que cair em pleno Natal?”
“Quantas trilhas deverei percorrer, / Quais mistérios precisarei desvendar, / De quantos perigos deverei te socorrer, / Ou novos poemas terei de publicar, / Para revelar o que teu olhar jamais percebeu? / Quantas lágrimas precisarei ocultar, / Antes que descubras que teu tesouro sou eu?”
“Às vezes, tento expulsá-las para Saturno, / Ou para um outro corpo celeste distante, / Mas ficam, em algum pensamento soturno, / Desafiando-me, nesse pesadelo irritante.”
“Que contraste faço contigo, / Minhas décadas ante tua alegria, / Tua juventude ante meu corpo antigo, / Teu funk ante minha Poesia... / Meus poemas se expõem / Diante das maravilhas que exalas, / Minhas emoções contrapõem / Teus saltos olímpicos às minhas bengalas...”
“Você certamente não sabe / Que, tantos anos depois, / Enquanto se movem os universos, / Eu nunca mais a esqueci, / Nem as lembranças de nós dois, / Mas sei que jamais lerá esses doces versos, / Que, numa tarde triste, para você escrevi...”
“A vida é assim como um tabuleiro ouija, / Que se move sem que se saiba o porquê, / Convertendo em geleia a sua carne rija, / Num mecanismo sinistro que você não vê!”
“Eu era feliz, e não sabia, / Sempre a combater moinhos de vento, / Confundindo realidade e fantasia, / Achando que um ano durou só um momento!”
“Então, diga essas palavras que transcendem, / Enquanto continua suavemente a me fitar, / Essas doces palavras que acendem / Esse mundo mágico que mora no fundo do olhar...”
“Um vizinho meu de prédio / Parece que ficou maluco, / Ou deve ter fugido do hospício, / Ou então deixado de tomar o remédio, / Pois anda por aí portando um trabuco, / E fazendo toda hora um comício, / Fantasiado de Napoleão!”
“Essas rugas profundas, nada disfarça, / Nem esses cremes caríssimos que usas, / Esse teu sotaque carioca também é uma farsa, / Em teu pacote, mentiras sem fim estão inclusas!”
“De todas as coisas que amava, / Hoje, só amo você, / Pelas nuvens, sonhando, voava, / Mas já não voo, pois venceu meu brevê!”
“Será que teu cheiro mudou, / E o amor já não faz parte de nós, / Ou será que foi o olfato que me abandonou, / Além de que de teus beijos não sinto o gosto! / Serão essas deficiências culpa desse vírus maldito, / Mas e essa amargura que vejo em teu rosto, / Será que nos abandonou aquele amor infinito?”
“E, quando criei coragem e me declarei, / Meus sonhos desceram montanha abaixo, / Compreendi que nada sou e nada sei, / Meu suave violino virou um contrabaixo!”
“Cansei de ficar dando conselhos que você não ouve, / De agora em diante, eu me esquecerei do que houve, / A partir de hoje, minha vida terá conserto, / Pois troquei seu funk por um lindo concerto!”
“Os maiores deficientes / São os carentes / De amor, / Pois ficam simultaneamente / Cegos, pelos olhos cheios de estupor, / Retardados, por trancarem a mente, / Surdos, por não ouvirem os gritos do coração, / Mudos, por não conseguirem dizer a uma pessoa que a ama,”
“Não me fale sobre amor se não tiver certeza, / Não quero falar de novo sobre isto, não! / Sofrer por amor é uma tragédia, / Virou até verbete na Wikipédia, / Por que ferir ainda mais o meu coração, / Que de sofrer já anda farto?”
“E, quando a saudade apertar, / Depois que eu já houver partido, / Deixes uma única lágrima suavemente rolar, / Se não contiveres um soluço, não faças ruído... / Penses nos dias lindos que tivemos, / Um no outro, 24 horas por dia imersos, / Nos poemas lindos que juntos vivemos, / E me faças reviver em meus próprios versos...”
“Eu te guardei bem no fundo, / No lugar mais profundo / De minhas memórias, / Mas às vezes tomo uns goles, / E então escapoles, / De novo afloras, / E por algumas horas / De minha mente tomas conta, / A lembrar-me de antigas histórias, / E a saudade desponta”
“Mas, numa noite fria, / Esqueci tudo que sabia, / Naquele processo de osmose, / Ao tomar a primeira dose, / Nada módica, / De vodka!”
“Aquele brilho em teu olhar, / Que me deixou estupefato, / Logo deixou de brilhar... / Não passou de um fogo-fátuo, / Que me deixou sem ar, / Por alguns instantes brilhou, / Depois, para sempre se apagou!”
“E, entre pesos mortos / E corações feridos, / O jeito foi fazer um lockdown! / Adeus, mundo cruel, / Quando o vírus da saudade me pegar, / Quem sabe abro as janelas de novo?”
“Minhas mãos cansadas estão alquebradas, / Repletas de marcas do tempo e de rugas, / As pontas dos dedos ficaram marcadas / Pela pressa de minhas viagens e fugas...”
“Carece mesmo que por você fui fisgado, / Mordi com bondade o seu anzol, / Escudo o que quero é cometer um pecado, / Rolando com você contrabaixo de um lençol!”
“If you don't have a pain / There will no gain / You have to suffer / To obtain an offer / Of God / In the games / Of life's iPod”
Número de páginas | 112 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 90g |
Idioma | Português |
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