A meu ver, a principal atribuição do artista é a de causar polêmica, forçar o funcionamento dos cérebros, amalgamar a razão e os sentimentos, de modos a forçar (sim, forçar) uma movimentação interna, um fervilhar interior, um reboliço íntimo. De que vale reproduzir fielmente um objeto, uma paisagem, um animal, um fato, uma pessoa, de forma convencional, descritiva ou figurativa, ou seja, superficialmente? É preciso inovar, extrair todo o potencial criativo que se encontra confinado no interior da substância; alquimizá-la, enfim, causando transfigurações que propiciem o surgimento de novas imagens, ainda que fabulosas e inverossímeis, mas entremeadas de Realidade (que seria comparável ao germe áureo dos filósofos, fundamental em toda Grande Obra), pois não há como ocultar, ou mesmo ignorar o que é verdadeiro... logo, proponho um revolutear da matéria cerebral que causará vômitos copiosos de marasmo (o qual encontra-se enraizado de forma profunda no cerne da própria essência espiritual contemporânea). ENOJAR. ENFURECER. CONFUNDIR. OPOR. Mas obter algo – além de meros bocejos.
Número de páginas | 316 |
Edição | 1 (2011) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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