102º livro do autor, sendo apenas um deles ("POETICAMENTE TEU", da Coleção Prosa e Verso 2019, da Prefeitura de Goiânia) não publicado no Clube de Autores. 12º volume da série "OLYMPUS", cada um deles com 300 poemas.
Alguns trechos:
“Eu era feliz e não sabia! / Por que ninguém me contou / Que era você a fonte da felicidade / E onde morava toda a minha Poesia? / E agora, que você se foi e nunca voltou, / O que faço com essa maldita saudade?”
“Mesmo depois de tantos anos, / Vários momentos lindos, outros de puro prazer, / Tantas histórias alegres, muitos desenganos, / Mas valeram a pena, pois não aprendi a te esquecer...”
“Sentamo-nos numa cantina da praça, / Pedi uma garrafa de vinho cabernet, o teu preferido, / Conversamos por alguns minutos, / Olhos nos olhos, sorrisos extasiados em cada olhar, / E descobri que nada mudara, / Pois eu te amava daquele mesmo jeito mágico, / E os beijos que trocamos curaram todas as feridas, / Apagaram todas as desilusões, / Reconstruindo a ponte para o futuro, que ruíra,”
“A última vez em que te esqueci / Não durou nem uma semana, / Um tempo astronomicamente longo / Para descobrir que sem ti não vivo, / Não passo de uma casca vazia, / Da qual roubaram um coração!”
“A vida é um mistério, / Num dia, o amor nasce, / No outro, acaba num cemitério, / E, por mais que eu te amasse, / Nada conseguiu evitar / Que isto acontecesse, / E depois que morre, é impossível ressuscitar, / Nunca houve amor extinto que renascesse...”
“Entre areias finas e brancas / E verdes coqueiros, / Adoraria decorar as tuas ancas, / E misturar-me a ti por dias inteiros. / Ficaríamos por horas saboreando / Frutas e drinques exóticos, / E pela noite inteira nos amando, / Compartilhando nossos desejos eróticos.”
“Ainda que meus olhos te gravem / E as tuas risadas me enlevem, / Os teus beijos em minha boca vivem, / No alvorecer de nosso amor tão jovem, / Resplandecendo num céu sem nenhuma nuvem.”
“Acusações mútuas se acumulam / Em olhos onde brilhava uma luz, / Até que um dia afinal capitulam, / Numa tristeza que nenhum verso traduz...”
“São velhas e doces reminiscências, / Trazidas por essa chuva que não cessa, / Assim como a dor de antigas ausências, / Sempre avivadas por chuvas doces como essa...”
“Então, mergulhei ao fundo de um poço, / Do qual não havia saída, / Imerso em pesadelos até o pescoço, / Até o fim de minha vida, / E o horror embranqueceu meu cabelo, / Nessa cela mental na qual me tranquei, / Depois que mergulhei nesse pesadelo, / Do qual nunca mais acordei...”
“És a inspiração para a minha Poesia, / São para ti os versos que narro, / É teu o bosque que abriga a Fantasia, / No qual em meus sonhos esbarro...”
“Naqueles dias distantes, / De um inesquecível Novembro, / Vorazes amantes, / Incansáveis, / Naquelas noites furtivas, / Memoráveis, / Fugazes, mas tão vivas, / Nossos corpos pulsantes, / Arfantes, / Nessa página no passado perdida, / Mas que valeu por toda uma vida...”
“Pois não te amo mais (eu acho), / Mas como posso então explicar / Lembrar de nós, amando-nos naquele riacho, / Nessas recordações que o tempo não pôde apagar?”
“Será que ela algum dia imagina / A saudade bucólica que me provoca / Nessas tantas noites melancólicas / Em que subitamente nela eu penso?”
“A vida assim não tem graça, / Os anos escorrem depressa, / Devorando-me, com precisão suíça, / De que vale essa vida insossa, / Se dá vontade de praticar roleta russa?”
“Esse teu sorriso de arremedo, / Disfarçado de dentes, / Esconde um profundo segredo / Entre nossas mentes, / E nesse sorriso falso, / Pendurado no cadafalso / Das ilusões perdidas / Nada é o que parece,”
“O nosso foi um caso fortuito, / Que da mente logo apaguei, / E do qual quase nunca lembrei, / Mas me dá um curto-circuito / Quando eu a vejo na tela / Estrelando alguma novela, / Enquanto folheio a TV! / Por que às vezes me dá um arrepio, / Em minhas sinapses, arrebenta um fio, / Quando me descubro admirando você?”
“Fico às vezes me perguntando / Por que há tantas coisas que não entendo, / E, mesmo quando lá fora está um dia lindo, / Da felicidade ainda me escondo, / Fugindo dela em cada segundo!”
“E, ao final de horas de volúpia e prazeres, / Beija-me pela última vez, com paixão, / Antes de em meus braços adormeceres, / Na primeira noite de muitas outras que ainda virão...”
“E nem preciso fazer nada disto, / Para saber que um dia te encontrarei, / E nos reconheceremos instantaneamente, / Tu me olharás e dirás: “Eu te conheço!”, / E eu responderei, sem pestanejar, / Olhando fixamente em teu rosto, / Com a voz embargada de tanta espera: / ‘E eu te amo!’…”
“Nosso contrato de amor está vencido, / O período de experiência terminou, / Você não excita mais a minha libido, / Nosso tempo de ficarmos juntos passou.”
“Mas a esse seu olhar não resisto, / A esse convite benquisto, / Ao qual com volúpia me entrego, / Pois sou tolo, e não cego, / E sei que em seus braços encontrarei / A última rima que sempre busquei...”
“Esses meus esquecimentos andam crônicos, /E quanto mais rezo, mais assombrações aparecem, / Meus amigos comigo andam lacônicos, / E, como me esqueço deles, desaparecem!”
“Mas, perto de você, / Disparo a declamar poemas, / Minhas pernas viram um purê, / Mas sou salvo pelos fonemas!”
“E consegui afinal esquecê-la / Até explodir a última estrela / Na constelação de minha vida, / Para nossa história ser esquecida...”
“Esse brilho que vejo em teu olhar / Conduz-me por mundos desconhecidos, / Convidando-me a compartilhar / Os teus desejos mais proibidos...”
“Ao ver o tamanho do estrago / Naquele ferro-velho sem solução, / Uma lágrima sorrateira brotou / No altar de minhas desilusões, / Mas ninguém a notou, / Exceto a noite!”
“Ela é um submarino atômico, / E eu, não passo de uma frágil canoa, / Sonhando com seu rigor anatômico, / Mas como, se sou um frágil felino, e ela, uma leoa?”
“Estava ao léu, / Cultivando tristezas de toda sorte, / Naquele dia assustador, / Quando te vi pela primeira vez, / Então, desceu do céu / Uma voz forte, / Dizendo: “Faça-se o amor”, / E o amor se fez...”
“Nunca consigo aproveitar esse tempo veloz, / Que tão rapidamente se evade, / E longe de você, fico de novo faminto, / Sentindo saudades de nossos momentos, / E desejando de novo ouvir a sua voz...”
“Nossas opiniões não coincidem, / E continuamos nos amando, / Mas nossas mentes colidem, / E estamos sempre discordando / Sobre tantos assuntos, / Por motivos jamais explicados, / Sempre juntos, / Eternamente separados...”
“Doce paixão / Sempre proibida / Longa extensão / Duma vida”
“Esses sons que pela noite ecoam / São apenas fantasmas errantes, / Que às vezes me abalroam, / De teu silêncio ecos distantes...”
“E no embalo da solidão, compreendo / Que a vida é feita de escolhas mal feitas, / E cada novo dia, continuo aprendendo / Da saudade as mais escondidas receitas...”
“Até breve, meu amor, até qualquer dia, / Em que possamos nos amar sem temor, / E esquecermos esses dias de pura agonia, / Que desaguaram no eclipse desse amor...”
“Quero te contar algumas piadas, / Para te arrancar boas risadas, / E ver se a meus beijos correspondes, / E não mais te escondes / De minhas tantas insinuações, / Quero decorar tuas lindas feições...”
“Até que enfim, / Você me falou toda a verdade, / Que há tempos me ocultava, / Mas não precisava ser sincera assim, / Não devia me falar da saudade, / Que sentia cada vez que em mim pensava,”
“Com esses olhos tristes, / Sempre fixos na estrada, / Procurando algum vulto, / Ou algum carro a chegar, / Sempre na espera inútil / De alguém / Que nunca mais voltará...”
“A vida é essa estranha ironia: / Quem você quer, já a esqueceu, / E não será uma lágrima vadia / Que reviverá um amor que morreu...”
“Por isto, podes guardar num armário / Os gestos de pena que tiveste por mim, / Pois os efeitos deles foram exatamente o contrário, / E, se alguma coisa por ti acaso eu sentia, / Em algum instante, de mim foi expulsa, / E tudo que poderás saber de mim virá da Poesia, / Que jamais te revelará por quem o meu coração hoje pulsa...”
“E de nós, tudo o que haverá / Serão recordações fúteis, / Chaves que não abrem nenhuma porta, / Antigos cartões guardados, / Velhas fotografias / Lembrando uma paixão morta, / Presentes para sempre abandonados / No fundo de gavetas vazias...
“Tu és a minha outra metade, / A qual dá sentido à minha existência, / Contigo, eu sou de verdade, / Tu és de meus versos a essência.”
“Sim, eu me lembro dela, / Um sonho que jamais floresceu, / Apesar do fogo no olhar, / Não mais que uma paixão de novela, / Uma chama que aos poucos morreu, / Mesmo com tanto amor a pulsar...”
“Por fora, pareces a mesma, / Mas é só uma ilusão, / Pois sem mim, não és completa: / Falta o pedaço mais lindo, / Que chamam por aí de amor...”
“Na noite passada, que grande fiasco / Foi misturar vodka com refresco, / Colocando-me na volta para casa em risco, / Pois dirigi pela noite de jeito tosco, / Freando várias vezes de modo brusco!”
“E mesmo que com meu amor declarado pinte e borde, / Sempre deixe que a minha taça transborde, / E nunca permita que eu bata um antigo recorde, / Linda assim, dedilho em meu violão um suave acorde, / Para acender esse seu olhar, gelado como um fiorde!”
“Tento escapar dessa dicotomia, / Amor ou desengano, / Nessa relação arredia, / Num dilema freudiano. / Psicanálise não resolve esse caso, / Que está muito além de um divã, / Recusando-se a cair de vez no ocaso, / Que é o destino que o espera amanhã...”
“Hoje, apenas fantoches, / A comermos amanhecidos brioches, / Em vez de filé mignon, / Pois, como tudo que é bom, / Nosso amor desvaneceu, / E aos poucos morreu...”
“E hoje minha memória se embaralha, / Depois de tanto tempo que se passou, / Mas às vezes meu olhar se orvalha / Por uma reles lembrança que se perpetuou, / Pois deixou essa roxa mortalha / Que sobre o meu corpo ficou...”
“Quando percebi, já era então muito tarde, / Seu anzol já fisgara o meu coração, / Que, por sua causa, agora tanto arde, / Como tento descrever nessa doce canção...”
“Bem que queria jogar-me nessas procelas, / Tempestades sem fim que me convidam, / A desvendar desejos que não me revelas, / Mas meus sonhos em ti se suicidam.”
“Teu sorriso inesquecível me orienta, / Para que não perca nunca o teu norte, / Tento aplacar minha veia ciumenta, / Pois te beijar tornou-se meu favorito esporte!”
“Quando discutimos, você vence, / Pois eu me retiro da contenda, / Até se o que diz for puro nonsense, / Evito que qualquer discussão se estenda.”
“Tempos atrás, numa festa nos encontramos, / E irremediavelmente nos encantamos, / E como não me encantar / Com aquele vestido da cor do mar, / Cheio de elaboradas rendas / E de reveladoras fendas?”
“E quando me abraças, com ardor, / Com tua voracidade indomável, / Memorizo cada detalhe teu e tua cor, / Com essa minha precisão incurável, / Para não mais esquecer, por onde for, / Cada instante dessa paixão inolvidável...”
“E depois, quando me abraças, com ardor, / Com tua voracidade indomável, / Memorizo cada detalhe teu de cor, / Com essa minha precisão incurável, / Para não mais esquecer, por onde for, / Cada instante dessa paixão inolvidável...”
“E assim vamos seguindo, / Eu, vendo reflexos de teu sorriso lindo, / E tu, sem nem notares / Que em meu olhar brilham luares, / Pela Poesia aprisionados, / Mas talvez amaldiçoados / A jamais ver se cruzarem / Nossas bocas a se beijarem, / Num prelúdio, / Um doce interlúdio, / De uma vida plena, / Numa paixão obscena,”
“E dentro de mais alguns anos / (Uns vinte ou trinta) / Toda essa dor parecerá irreal, / Talvez tenha esquecido de vez os enganos, / Quem sabe então eu já não sinta / Saudade dessa paixão surreal...”
“Escancaro as janelas / Da minha solidão / Para receberem a brisa da Primavera, / Com suas flores tão belas, / Cores em profusão, / Como esse ano ainda não houvera,”
“E, naquele jogo de gata e rato, / Uma hora parei para pensar, / E com seus olhos afinal fiz contato, / E o poema que neles li fez-me acordar!”
“Não foi por falta de aviso, / Eu lhe disse várias vezes / Que a solidão é inevitável, / Se não se fizer o que é preciso, / Eu lhe falei, quase todos os meses, / Que a ideia parece adorável, / Mas alguém sempre sai machucado / Nesses jogos de azar que chamam de amor,”
“O amor é uma aventura errática, / Que insiste em nos convidar / Para avançar numa trilha enigmática, / Sem saber onde ela poderá desaguar!”
“Por essa rede de labirintos, / Fora do meu alcance, / Que em sua alma percebo, / Tão distantes da minha, / Trafegam meus instintos, / Nesse sangue substituído num relance, / Por um mero placebo, / Que por suas veias caminha...”
“E essas lágrimas, não há lenços que possam secá-las, / Pois seu rastro é interno à pele, / Não são líquidas, mas sólidas, e ferem, / Como se fossem navalhas ou balas, / Que o peso de um amor extinto expele, / E que nome dar às dores que do passado vierem?”
“Vejo em teus olhos um imenso desejo, / Em tua alma tanto tempo represado, / Que tento despertar com um gracejo, / Para que enxergues o meu outro lado, / Pois, como poeta, sempre tenho algum lampejo, / E vislumbro em ti mágoa por um amor fracassado, / Mas não percebes o olhar com que te dardejo,”
“Quase tive um colapso, / Quando descobri que te havia esquecido! / Por que terá acontecido / Esse inexplicável lapso? / Em que dobras do tempo eu te escondi, / Quando foi que me chamaste, / E não escutei e nem respondi?”
“Pois, nessa lágrima libertária, / Um amor extinto ressurge, / Vindo não sei de onde, / Naquela caixa onde o sepultei, / Então grito por ela, e a noite me responde / Que onde ela anda, eu nem sei...”
“E, daquele estranho dia em diante, / Entrei no modo de sobrevivência, / Os controles travados em seguir adiante, / Sem nenhuma lágrima para suprir sua ausência.”
“Tu notas o jeito como te encaro, / E devagar tua máscara desces, / Desvendando o teu rosto tão claro, / E um sorriso que atende minhas preces! / Aproximo-me de ti, sem nem pestanejares, / E a sorrir pergunto o teu nome, / Mas sabia qual era, antes mesmo de me contares, / Pois o teu rosto os meus sonhos consome...”
“Queria não te amar, mas amo, / Desisti de tentar te esquecer, / Pois descobri que estás impregnada / Nas memórias que nem tenho...”
“Esse teu olhar fantasmagórico / Mexe com meus sentidos / Faz-me sonhar com um beijo histórico / Digno de sonhos nunca vividos”
“Ao meu lado, você dorme inquieta, / Com o sono atravessado por pesadelos, / Que a atormentam há muitos anos, / Enquanto eu, angustiado poeta, / Sinto o cheiro que exalam seus cabelos, / A maldizer o tempo, que sepultou nossos planos.”
“Nosso relacionamento é mutante, / Como a Lua, / Está sempre mudando de fase, / Ora doce, ora selvagem, / Ora sonhador, ora delirante, / A paixão entre nós flutua, / Pois, impossível de definir numa frase, / Grudaste em mim como uma tatuagem,”
“Você me procurará por toda parte, / E só cairá em si, ao ver a garagem vazia, / Nunca mais lhe escreverei uma obra de arte, / Como você costumava chamar minha Poesia.”
“Sonhaste / Com meus estribilhos / Minha vida voltou aos seus trilhos / Com a felicidade que me legaste / Chegaste / Na última barca / Gravando em minha boca tua marca / E nunca mais me deixaste”
“Penso que nada mais sinto por você, / Exceto tristeza, / Ao vê-la assim solitária, / Escondendo uma lágrima furtiva, / E pensando que ninguém a vê, / A expor sua fraqueza, / Com essa lágrima temerária, / Que rola abrasiva / Por sua face, que a rejeita...”
“E então surges, / Bagunçando meus pensamentos, / Apagando versos lindos / Que escrevera há instantes, / Onde não estavas presente, / Mas, quando dou por mim, / Esses versos só falam de ti, / Mesmo que magoados, / Mas cheios de uma beleza estranha, / Que não compreendo...”
“E as maldições escaparam, / Soltas pelo mundo, / Agora extinto, / De nós, nem ilusões restaram, / Nada além desse pesadelo profundo, / À solta nesse infinito labirinto...”
“Preso no trânsito caótico / Dessa imensa cidade, / De repente, penso / Nela, em seu olhar imenso, / E então meu nervo ótico / Subitamente estremece / Como se também tivesse / Essa maldita saudade,”
“E, nessas reminiscências, / Espelhos de tantas ausências, / As recordações se aguçam, / Nessas noites que soluçam, / Prolongando-se horas a fio, / A perpetuarem esse vazio, / Esse frio gélido, assustador, / Cada vez mais ameaçador, / Cercado de assombrações, / E inesquecíveis recordações...”
“Pode ser que sejamos inteiros, / Num mundo onde não nos crucifixem, / Por sermos do amor prisioneiros, / E com pregos nossos punhos não transfixem!”
“Parti / Sem saber se era o certo / A fazer / Mas senti / Que nesse nosso deserto / De onde se ausentou / O prazer / Foi só o que me restou / Pois não mais te amava / De nós já nada havia / E aos poucos se devastava / O meu resto de Poesia”
“Mas o verdadeiro motivo eu sabia, / Mesmo que tentasse me convencer do contrário, / Foi porque morri de saudades de ti, / E, depois de tantas mortes e ressurreições, / Os fantasmas do passado / Levaram-me até tua porta, / E um dedo rebelde, / Ignorando o comando mental / Para que ficasse quieto, / Tocou a tua campainha,”
“Pois no silêncio que se seguiria, / Durante algum tempo, / Ouviriam apenas choros, / Lágrimas sufocadas / E soluços sentidos, / Por arrependimentos tardios, / Que não mais importavam, / Pois os cenários após o final de uma novela / São desmontados, e o que restou / É guardado no fundo de armários / Ou de doloridas recordações...”
“Aquele ‘Oi’ com sua voz de veludo / Soou-me como se dissesse ‘O que está esperando?’, / Mas, em vez de um beijo na face, apertei sua mão, / Só que aquele seu toque firme disse-me tudo, / Contando-me ter chegado quem estive a vida toda aguardando, / A olhar-me com aquele olhar cheio de paixão!”
“Nós dois juntos / Somos incríveis, / O Yin e o Yang, / O alfa e o ômega, / O princípio e o fim, / Almas gêmeas, / Corações síncronos, / Olhares cúmplices, / Beijos doces,”
“E, depois daquela simples tragédia, / Que na mente eu ainda ecoo, / Na distância você se perdeu, / E essa tristeza acima da média / Foi o saldo do derradeiro voo, / Último ato entre você e eu...”
“Você era tudo que eu sonhava, / O oásis que não havia / Em meu deserto, / Que somente de areia pulsava, / E eu, inútil poeta / Que perdera a inspiração, / De seus caminhos passava longe,”
“E não se engane com meus versos, / Abrasivos, / Eróticos, / Exóticos, / Convidativos, / Pois são palavras apenas, / Fruto da imaginação, / Mesmo que obscenas, / Carregadas de paixão, / Mas não abrem portas, / Que devem permanecer fechadas, / Não mais do que folhas mortas, / Derrubadas pelo vento nas madrugadas...”
“E nessas lembranças vorazes, / Que me assaltam às vezes, / Relembro de como fomos felizes, / Antes de se calarem nossas vozes / E de se apagarem as luzes...”
“A minha inspiração caudalosa murchou, / Os poemas que lhe fiz foram parar no lixão, / A luz que brilhava em meu olhar se apagou, / As tuas fotografias foram parar no porão...”
“E é então que o amor naufraga / E o barco do amor vai a pique / Como se abatido por uma praga / Quando qualquer rusga provoca um chilique / E parece que não há mais remédio / Capaz de trazer de volta aquele velho furor / Mas um pequeno gesto pode apagar o tédio / Que tomara o lugar onde vivia o amor...”
“Tomo uns goles de margarita, / Para ver se apaga essa saudade infinita, / Que ficou quando você foi embora, / Tomo uns goles de rum, / E isto me lembra que até agora estou em jejum, / Mas o que fazer com essa lágrima fora de hora?”
“O vento levava minha voz até seu ouvido, / Versões inventadas de visões que tive, / E, mesmo que mil vidas houvesse vivido, / Jamais a olvidei, em minha alma a mantive... / O tempo não volta, nunca mais a vi, / Mas sua lembrança sobreviverá, nos dias que virão, / E jamais revelarei as várias vidas que vivi / Com você, naquele inesquecível verão...”
“E, depois de alguns minutos, nessa doce loucura, / Tu me pedes perdão, e eu aceito, / Em meio a outros beijos sem censura, / De minhas amarguras refeito... / E, muitas horas depois, na cama abraçados, / Tu me encantas, com esse teu olhar risonho, / Então sei que fomos, um ao outro, destinados, / E que jamais acordaremos desse sonho...”
“Estava ao léu, / Cultivando tristezas de toda sorte, / Naquele dia assustador, / Quando te vi pela primeira vez, / Então, desceu do céu / Uma voz forte, / Dizendo: ‘Faça-se o amor’, / E o amor se fez...”
“Separamo-nos um pouco, e então te perguntei / Que mistério era aquele que nos reunia, / Como podia sentir que eras a mim destinada? / E, no beijo que me deste, desvendei a charada: / Eras tu a musa nunca encontrada de minha Poesia, / E agora que nos encontramos, para sempre te amarei...”
“Tu não és uma artista, / E pareces não ter inspiração, / Nossa aventura já está prestes do fim, / Só sabes beijar por controle remoto. / Não conheces amor à primeira vista, / Nem sabes o significado de paixão, / Lês meus versos como se fossem em mandarim, / Dei-te um avião, devolveste uma moto!”
“Quase nada / De nós dois restou: / Espelhos quebrados, / Corações partidos, / Lembranças esquecidas / Num canto qualquer... / cabou a estrada, / O amor terminou, / Deixando bilhetes rasgados, / Boletos vencidos, / Ilusões perdidas, / Sem uma lágrima sequer...“
“E agora, numa sutil ironia ou talvez por acaso, / És tu quem agora me olhas com interesse, / E até pelo nome me chamas, como nunca fizeras, / Mas é tarde demais, já se esgotou o teu prazo, / Apagou-se o fogo que não quiseste que ardesse, / Não me afetam esses olhares, que nunca me deras...”
“E os donos desses corações insensatos, / Entre internações, colapsos e enfartes, / Comportam-se como se fossem novatos, / Buscando aplausos em suas românticas artes...”
“Ela se despediu, / A tristeza a pulsar / Em sua face, / E depois partiu, / Prometendo voltar, / Assim que o inverno chegasse, / Mas fiquei para sempre incompleto, / Pois jamais o fez, / E nunca mais nos vimos, / Assim continuo da ausência dela repleto, / E aquela foi a primeira e única vez / Em que nos despedimos...”
“Já é tarde demais / Para haver algo entre nós, / O tempo passado não volta mais, / E o impossível calou minha voz...”
“Não deixara bilhete de despedida, / Sequer uma mensagem no WhatsApp, / Nem ao menos um SMS, / Seu celular estava mudo, / E não me retornou a ligação, / Nunca mais, / E tudo o que restara dela, / Naquela noite desesperadora, / Foi a sua ausência, / Que durou para sempre...”
“Tudo bem, pode ir, / Não pense que me assusta, / Vá correndo encontrar / O que nunca perdeu, / Mas depois, não volte, / Não venha pedir de novo perdão, / Pois essa palavra maltrata, / E já me cansei de perdões,”
“Diga-me, o que signifiquei em sua vida, / Terá sido apenas um acidente de percurso, / Que a desviou do caminho que havia traçado, / Não mais do que uma história esquecida, / Depois da qual a vida seguiu o seu curso, / Nada além de um longínquo eco do passado?”
“Todos os outros foram desvendados, / Mas esse, prossegue sem solução, / Tantos segredos foram revelados, / Onde é que foi parar tanta paixão, / Que sumiu de seus olhos magoados, / Deixando só essa triste canção?”
“Conta-me: que feitiço foi esse, / Tão persistente, / Que me rogaste / E tornou-me escravo de ti, / Logo eu, inusitado poeta, / Que nunca aprendera a amar?”
“Essa mensagem em private que me enviaste, / Com uma foto em vestes diminutas, / Será apenas um pretexto que arranjaste / Para que eu enxergue tuas intenções ocultas?”
“Por onde fores, hoje e sempre, eu te acompanho, / Que importa onde passei, nos caminhos de onde venho? / O amor fica mais saboroso com o tempo, como um vinho, / És tão perfeita, que pareces egressa de um sonho, / Uma obra-prima, perto da qual sou um mero rascunho...”
“Nosso amor foi tão efêmero / Quanto o voo de uma borboleta, / Que de repente no chão se acabou, / Antes que ela sequer aprendesse a sonhar...”
“Transe comigo, / Entre em transe enquanto digo / Que você é meu castigo / Por não crer no amor, / Nesse sentimento opressor, / Devastador!”
“Nessa insana aventura, / Essa enorme loucura, / Que começou como uma travessura, / Disputando jogos arfantes, / Mas infelizes quando distantes, / Em nossos caminhos errantes, / Nessa distância sem par, / Que nos impede hoje de conjugar, / Todos os tempos possíveis do verbo amar...”
“Nem se chorará pela falta de alguém / Que de nossos bens se apossa, / Cravando-nos seus dentes como vampiros, / Ou esmagando-nos sob seus pés, como gigantes! / Depois então se reiniciará o eterno vaivém, / Nunca mais haverá paixão como a nossa, / Enquanto o mundo continua implacável em seus giros, / E nada mais será como antes...”
“Que destino darei a esses versos desperdiçados, / Tantas rimas nobres em uma triste canção? / Como atiçar os olhos dela blindados, / Insensíveis a essa demonstração de paixão?”
“Disseste que sou meio louco, / E, pensando bem, / Talvez isto seja verdade. / Entre as maiores loucuras que fiz, / Escrevi um moto-contínuo de versos, / Só para nunca conseguir te esquecer...”
“E nem essa tristeza voraz / Que me nocauteia, / Noite após noite, incessante, / Sem dar sequer uma pausa, / Ou qualquer descanso, / Uma aranha que me prendeu em sua teia, / Envolvendo-me nessa dor dilacerante, / Um triste poeta sem meta nem causa, / Sempre a sonhar com o que nunca alcanço...”
“No espaço de poucas horas, / Olhos nos olhos, / Os seus, com o mesmo sorriso / Que me encantara em nosso único encontro, / Contamos nossas histórias de vida, / De encontros e desencontros, / Paixões desgovernadas, / Destinos jamais cumpridos, / E prometemos um ao outro / Concluirmos enfim o capítulo / Daquela noite jamais esquecida, / Aguardando por tanto tempo sua conclusão, / Nessa nossa história ainda sem ponto final”
“Quando a tua nave decolar, / Como todas as naves decolam, / Levarás junto uma parte de mim, / Que jamais ao resto irá se juntar, / Pois almas não se colam, / Não é tão simples assim, / Mas sabíamos que aconteceria, / Foram tão poucos dias, tão poucos abraços, / E daqui a apenas alguns instantes, / Tua lembrança me acompanhará até o final, / Levarás contigo minha Poesia, / Mas no que escrevi, estarão para sempre teus traços, / Como no relato desses momentos lancinantes, / Antes de tua ausência tornar-se um pesadelo real...”
“Será que uma lágrima mansa / Surge quando em nós você pensa, / E essa memória pica como uma pinça, / Incomoda como uma lembrança sonsa / E subitamente a sua noite bagunça?”
“Sinto tua falta mais do que reconheço / Nessa ópera bufa na qual sou o jogral, / Alegrando uma corte que mal me escuta... / Será que essa tristeza é só o que mereço, / Serão essas lágrimas apenas um sinal / Do início dessa solidão absoluta?”
“And there’s no answer to this question, / I don’t know what I did so wrong, / I couldn’t find any suggestion, / And the symphony of my life ran out of song...”
“Parece impossível, / Mas essa mudança repentina / É irreversível, / Apenas aconteceu na surdina, / Nosso mundo desabou / Em nossa cama vazia, / Nossa festa acabou, / Enquanto você dormia...”
“Quando fecho os olhos, apareces, / Contracenando comigo em eróticas cenas, / Mas na verdade nem me conheces / E vives nos meus sonhos apenas... / De manhã, quando desperto, tu somes, / Não passas de alguém que criei, / Apenas um desses fantasmas sem nomes, / Que em minha Poesia inventei...”
“O que parecia eterno, cedo acabou, / Desabou, como casebres na enchente, / Aquele sonho que havia, não vingou, / Pois morreu precocemente, / O amor que era lindo, ódio virou, / Assassinado pelos mistérios da mente...”
“Contigo sonhei / E por ti me apaixonei / Perdidamente / Mas não sei se és real / Ou apenas uma criação surreal / De minha mente / Não sei se existes / De verdade / Ou se és imaginária”
“Num sonho, encontrei um ovo de dinossauro, / E descobri que isto valeria uma fortuna em euro, / Mas adormecera, ao som de “Hurt”, da Timi Yuro, / E, antes de poder vender aquele autêntico tesouro, / Perseguido pelo dinossauro, acordei em meu quarto escuro...”
“E, como você sumiu, / Deixou-me apenas essa lembrança / De algumas horas vadias, / Nas quais você me usou, / Despudorada, / Incansável, / Irrepreensivelmente sedutora, / Eternizando em mim os seus beijos, / Que nunca mais esqueci...”
“Tens a majestade do Alhambra, / Que de tua beleza me lembra, / E a sabedoria de Coimbra, / Além de uma voracidade que me assombra, / Quando estamos juntos numa penumbra!”
“E aquela cama jamais vira tanto desejo, / Tantos sonhos realizados, / Naquela noite inesquecível, / Onde nos desvendamos num palco, / Como se fôssemos astros de um filme sensual, / Que jamais fora filmado, / Pois qual interpretação poderia reproduzir / Aquelas coisas malucas que fizemos, / Na noite mais memorável que já tivera, / Impossível de esquecer, / Nem que mil anos vivesse...”
“Nós dois, à mercê daquelas delícias, / Entregues a atrevidas carícias, / Roupas despidas num instante, / Depois de mais um beijo arfante, / Corpos se tocando, sem censura, / Mas sem perderem jamais a ternura, / Nós dois, flechados ambos por Cupido, / Naquele primeiro beijo jamais esquecido...”
“Desabotoavas a blusa que usavas, / Bem devagar, / Avaliando o impacto que me causavas, / Que mal me deixava respirar, / A cada pedaço de tua pele sedosa / Que surgia entre as rendas, / Cada vez mais maravilhosa, / A mais aguardada das prendas...”
“Realize os seus desejos mais loucos, / Antes dessa noite perfeita terminar, / Perca o seu juízo aos poucos, / Antes do Sol nos separar, / Possua-me e deixe que eu faça o mesmo, / Sem amarras nem censuras neste lugar, / Onde o destino nos juntou, numa noite a esmo, / Inesquecível, que jamais deveria acabar...”
“Na primeira aula, dei os primeiros passos, / Aprendendo a desvendar dicas sutis, / E como prêmio receber teus abraços / E o estonteante remelexo de teus quadris...”
“Mas qual não foi minha surpresa / Quando, um dia em que lhe perguntei / Por que você chorava ao final de tudo, / Então, você me confessou o contrário, / E revelou que aquelas lágrimas / Eram para agradecer aqueles momentos, / Onde eu a ensinara como se pode amar / Daquele jeito insano, sem amarras / E sem qualquer arrependimento!”
“Com a tua voracidade me espantas, / São tantas novas posições que inventas, / Colorindo meu mundo com tuas tintas, / E de teus êxtases, acabo perdendo as contas, / E, depois de muitas horas, se te amo perguntas!”
“Cavalga-me como a um corcel, / Descontroladamente fora de si, / Deixa-me provar do teu mel, / E tudo o mais que emana de ti, / E, ao final de horas de volúpia e prazeres, / Beija-me pela última vez, com paixão, / Antes de em meus braços adormeceres, / Na primeira noite de muitas outras que ainda virão...”
“E quando, bem mais tarde, em meu ombro deitares, / Em meio aos meus braços maciamente aconchegada, / Enquanto meus lábios docemente beijares, / Sussurres que esta é apenas nossa primeira madrugada...”
“E hoje que ficamos distantes / Mal consigo acreditar que tudo acabou / Nunca mais nossas noites arfantes / Nessa realidade que aquele sonho apagou”
“Não pensava que tinhas tanta imaginação, / Mas me enganei de forma completa, / E minha paixão descrevo nessa doce canção, / Que para ti eu fiz, disfarçado de poeta! / Mas, para não dar bandeira, / Escrevo nesses versos em Braille, / Tudo que fizemos por uma noite inteira, / A dançarmos juntos num erótico baile!”
“Dedico-me com afinco a explorar, / Por entre esses macios lençóis, / Esse teu inexplorado corpo audaz, / Eu, fisgado há muito tempo atrás, / Por esses teus suaves anzóis, / Que chamam por aí de olhar...”
“E, ao fim dessa primeira madrugada, / Depois de uma sucessão de gritos e urros, / Grave indelevelmente em minha mente cansada / O doce som de cada um dos seus sussurros...”
“E, quando estiveres em meus braços, / Preencherei teus espaços, / Sem te causar nenhum trauma, / Pois tal é meu ofício / Mas como é difícil / Esperar que me convides / Para fazermos juntos isto tudo, / Envolvidos em doces lides, / Depois de derreter o teu último escudo...”
“Levantamo-nos da cama, exaustos, / Depois de a mim te ofereceres, / Em doces holocaustos, / E, depois de tantos prazeres, / Voltamos às nossas rotinas desenxabidas, / Sem nenhuma graça, / Mais subidas do que descidas, / Menos uísque do que cachaça,”
“E, quando dei por mim, estava à tua frente, / Perguntando-te qual é o teu nome, / O teu telefone, a data do teu aniversário, / A apreciar a magia desse teu rosto sorridente, / A contemplar a perfeição de teu abdome, / Já sonhando em tirar meu terno do armário, / Para te levar a um baile onde máscaras não houvesse, / Pois já ando completamente farto de usá-las,”
“Teus lábios cálidos / Revitalizam / Meus poemas, antes esquálidos, / E suavizam / Meus semblantes pálidos, / E então concretizam / Versos poderosos, / Que de meus dedos emanam, / Em poemas prodigiosos / Que nossas noites profanam, / Ao revelarem segredos / Que não deveriam, / Na ponta de meus dedos, / Onde versos procriam,”
“Por uma noite encantada, / Libere seus sentidos selvagens, / Essa fera enclausurada, / Ao juntar no espelho nossas imagens. / Venha, / Cometa comigo loucuras, / Forneça-me a senha / Para invadir tuas ranhuras.”
“Quando dizes que me amas, / Inspiras-me novos poemas, / Pois sou um inventor de rimas, / E, quando teu corpo ao meu somas, / Ocorrem-me fatalmente mais algumas!”
“E depois novamente nossos corpos fogosos / Tocarem-se como jamais o fizeram / Provocando êxtases nunca vistos / Nessa noite que nunca mais será esquecida / Nem as palavras de amor que antes não se disseram / Nesses instantes eternos tanto previstos / Em horas velozes que valerão por uma vida”
“Faça de mim seu escravo, / Enquanto eu a desbravo, / Percorro os seus íngremes caminhos, / Para descrevê-los em meus pergaminhos, / Desvendo sua mata, / Para ver jorrar a sua cascata, / Preencho suas fendas, / Para que se tornem minhas novas lendas, / Decifro os seus segredos ocultos, / Admirando no espelho nossos vultos,”
“Make love with you / All through one night / Is all I wanna do, / You and me in a flight / Thru a dream, escaping from sorrow / In infinite kisses, / Even if tomorrow / We go back to abysses / Of this life so insane, / But I’ll never forget your rhyme, / You’ll always be in my brain / Until the end of time...”
“Dei-lhe a mão para se levantar, / Como sempre educado, / E ela me olhou, / Com aquele mesmo olhar de antes, / E, ao se levantar, apertou minha mão, / De um jeito diferente, / E, ao passar em minha frente, / Beijei sua face de leve, / Fazendo de conta que fora por acidente... / Ela me encarou por instantes, / E perguntou-me: ‘por que demorou tanto?’, / E abraçou-me forte, / As lágrimas a turvarem seu olhar, / Tomei sua mão, apertei-a fortemente, / E, de mãos dadas, fomos embora, / E, logo depois de sairmos do restaurante, / Eu a beijei pela primeira vez,”
“Fica por toda a madrugada ao meu lado, / Revela-me teu mais íntimo segredo, / Deixa-me ouvir teu doce gemido, / Enquanto juntos formamos um todo, / Eu a explorar o teu corpo desnudo...”
“E, depois da primeira sessão de prazeres intensos, / Com teus gritos de prazer num exótico cenário, / Coroada ao final por beijos tão densos, / Pensarias em mim, em tuas noites de prazer solitário...”
“Enrosca os braços em meu peito, / Confessa que não sabes por que demoraste tanto, / Mas não imaginavas que pudesse ser tão perfeito, / Que nossa primeira noite fosse tão cheia de encanto... / E depois, deixa que o cansaço te vença, / E em meus braços, docemente adormeças, / Enquanto se vai aos poucos essa noite imensa, / E, quando acordares, nunca, nunca mais desapareças...”
“Quantas travessuras / Fazemos, / Apaixonados, / Debaixo dos lençóis, / Quando vens... / Que doces loucuras / Vivemos, / Iluminados / Por esses dois sóis / Que tens...”
“Nosso navio do amor jamais saiu do estaleiro, / O casco enferrujou, / Os barcos furaram, / Os mapas marítimos continuam enrolados, / Os salões ficaram vazios, / Sem música, / Sem orquestra, / Menus rasgados, / Cozinhas nunca utilizadas, / Camarotes desertos, / Nada a perturbar o silêncio reinante / Nesse triste navio sem mastro, / Que sequer chegou a singrar o oceano...”
“Por favor, diga-me como é que se pode explicar, / Algo que criou um enigma em minha mente, / Enquanto percorro tua face, que estou sempre a fitar, / Ao te confessar meu amor, que flui como uma corrente, / Por que essas lágrimas descem fumegantes de teu olhar?”
“Quase nada levei na bagagem, / Mesmo porque pouco tenho, / Exceto a Poesia no olhar, / Guardei nas retinas a tua imagem, / Que em minhas fantasias desenho, / E parti, sob as bênçãos do luar...”
“Eu tinha um nome, mas o esqueci, / E afinal, para quem isto importa? / Eu tinha um amor, mas um dia o perdi, / Sou um nome esquecido numa alma morta...”
“Senhor, conduz-me por novos caminhos, / Arranca de meu corpo os espinhos / Nele cruelmente cravados / Pelos meus tantos pecados...”
“Sonhando com vidas eternas, / Após cruzarmos todas as pontes, / Depois de vencermos nossas feras internas, / Que nos sujeitam a essas rudes provas, / Para atingirmos a serenidade, / E fazermos jus a essas moradas novas, / Que chamamos por aqui de eternidade...”
“Como não perceber que Deus, além de um esteta, / Capaz de inventar miríades de formas e vidas, / Trata-se afinal de um Supremo Poeta, / Com obras inexplicáveis, por Ele concebidas, / Espalhando pelas galáxias a Sua criatividade e Poesia, / Imensurável, ao criar mundos tão diversos, / Perfeitos, compartilhando uma / ndescritível magia, / Nessa incrível sinfonia de infinitos universos?”
“E aquele vazio sem fim se espalhou / Pelos meus órgãos espalhados no chão, / Naquela noite interminável que me dominou, / Naquele inverno infernal que devorou meu verão... “
“Qual será a sublime história / Desse triste homem sem memória, / Que crime será que ele cometeu, / Com seu olhar embaçado e sem fulgor, / Por certo, herança de um perdido amor, / A quem, junto com seu amor, se perdeu?”
“Minha alma cultiva todas as estações: / O frio enregelante do Inverno, / Que destrói tudo ao redor, / E congela meus sonhos e ilusões, / Ignoro um amor que jurei ser eterno, / E esqueço todos os poemas que sabia de cor!”
“O mundo gira, e nos arrasta / Sob as suas sinistras engrenagens, / Que giram em órbitas esquisitas, / E esmagam-nos como a uma pasta, / Não mais do que infelizes personagens, / Em tantas peças de teatro descritas, / Nesse roteiro tosco que nos devasta, / Até que de nós nada reste, senão deletadas imagens!”
“Nessa peça de teatro que chamamos de vida, / Não somos mais do que figurantes, / Apenas meros artistas, / Longe de sermos protagonistas, / Não passamos de meros coadjuvantes, / Nesse palco, que a sonhar nos convida.”
“A rosa vermelha, / Tão bela, divina centelha, / Foi coberta pela geada, / E morreu congelada, / Num suplício, / Em pleno solstício / De inverno, / E nesse meu caderno / De poemas, / Entre tantos outros temas, / A rosa, / Maravilhosa, / Com a geada em volta, / Causa-me revolta,”
“O mundo ao nosso redor / Segue em seu curso incansável, / Imutável, / Rumo a um destino maior, / Em volta do Sol a girar, / Sob a luz do luar, / Com seus mares profundos, / Mais lindos que os de outros mundos,”
“Esse pássaro pousado em minha mão, / Entoando a sua suave canção, / Equilibrando-se sobre o meu dedo, / Mostra que de mim não tem medo, / Pois certamente sabe que poetas são inofensivos, / Incapazes de fazerem mal a outros seres vivos,”
“Tentando navegar em teu oceano de gelo, / Minha bússola quebrou, / Minha âncora se espatifou, / A desilusão embranqueceu meu cabelo. / Pobre barco desgovernado, / À mercê de correntes tão frias, / Nada sobrevive nesse teu rio gelado, / Exceto criaturas, como tu, sombrias...”
“Naquela derradeira cerimônia, / Últimos olhares foram trocados, / Algumas palavras soaram com parcimônia, / Pois abraços já haviam sido sepultados. / Depois disto, tudo viraria passado, / E o futuro, uma noite escura e imensa, / Depois do enterro desse amor assassinado / Pela sua cruel indiferença...”
“Que triste reencontro foi esse / Com um passado que tentei apagar, / E me lembrou o motivo para que te esquecesse, / E não queira nunca mais te encontrar...”
“Liberted from your trap, / I say goodbye and so long, / I wish you can be happy, / But for you, this is my last song.”
“Não precisei me internar / Em nenhum hospital privado, / Pois dores de amor não são físicas, / Logo irei me recuperar, / Sem traumas ou nenhum machucado, / E sem quaisquer lembranças metafísicas!”
“De tudo que construí, nada se salvou / Daquele naufrágio, / No balanço, deu perda total, / Tudo aquilo rapidamente afundou, / O que parecia forte, no fundo era frágil, / Foi a pique a minha nau!”
“E você fica aí, tentando consolar os perdidos, / Pessoas que se arruinaram, atrás de dinheiro fácil, / Mas com qual base, se suas músicas são meros ruídos, / Se em seu livro da vida, sequer escreveram o prefácio?”
“E agora, o que faço da vida, / Se ela era a fonte de minha Poesia? / Por que essa lágrima sofrida, / Enquanto o meu mundo ruía?”
“A Poesia sobrevive, / Por mais que tentem sepultá-la, / E nos corações dos poetas vive, / E, ao sopro de um olhar, a Poesia fala, / Libertando poemas românticos, / Pois quem mandou libertá-la?”
“São rumorosos / Esses silenciosos / Cânticos / Quânticos / Não-ruídos / Sentidos / Por todos os lados”
“Mas assim é o dom da Poesia, / Que cria universos tão improváveis, / Narrando histórias de pura magia, / Entre amantes loucos ou insaciáveis...”
“Mágico é o que sinto / Quando te vejo, / Esse fogo que queima / Como absinto, / Esse absurdo desejo, / Que teima / Em comprimir meu peito!”
“Alguns poemas que para ela escrevi / Foram trucidados por morteiros, / Dos olhos frios dela emanados, / Em cenas trágicas que muitas vezes revi, / E aqueles versos derradeiros, / Por mãos amorosas fabricados, / Viraram apenas tristes estilhaços / De poemas assassinados por aquela mulher,”
“Foi ela, que, numa tarde de chuva mansa, / Em meus sonhos suavemente penetrou, / E que desde então, não se cansa / De ler os poemas que Morpheus lhe soprou!”
“Enfrento ferozes dinossauros, há muito extintos, / Viajo numa máquina do tempo rumo ao futuro, / Enfrento bandidos armados, só com meus instintos, / E escapo incólume, mantendo o mundo seguro! / Mas essas aventuras não passam de exageros, / Criados pela imaginação de poeta, / Que para meus versos são meros temperos, / Apenas partes de uma receita incompleta...”
“Você é uma fortaleza / Inexpugnável, / Que resiste sempre / Às minhas investidas, / Por mais inventivas que sejam, / Nunca ergue os seus portões, / Indevassáveis, / E jamais me permite / Invadir os seus muros, / Nem mesmo com minhas modernas / Máquinas de guerra, / Disfarçadas de poemas...”
“Mas eu nunca te esqueci, / Mesmo não conversando contigo nunca mais, / Pois o vento, de meus barcos furou as quilhas, / De meus navios. quebrou os mastros, / E rasgou os quadros de meu museu...”
“Uma lágrima fugidia / Surgiu em meus olhos, solitária, / A rolar despercebida, / Vadia, / Libertária, / Incontrolavelmente descida.”
“Parece haver uma fábrica de versos, / Que em meu cérebro fervilham, / Falando de destinos diversos, / Que em minha mente se empilham, / Em rimas que se misturam, / Livremente, sem segredos, / Enquanto meus neurônios murmuram / Estrofes aos meus dedos,”
“E, mesmo que isto vá me estraçalhando, / Cada dia mais, vou te esquecendo, / Já mal me lembro de teu rosto lindo, / Ou das formas de teu busto redondo, / Eu te apago de mim, enquanto gira o mundo...”
“Ao fim desse triste soneto, / Depois que as cortinas descem, / Tu estás vestida de preto, / Lágrimas fortes umedecem / O verso final do folheto, / Sobre sombras que permanecem...”
“Como proibir paixões proibidas, / Pois qualquer tolo sabe / Que, quanto mais se proíbe uma paixão, / Mais ela aflora, pois paixões são assim, / Irreprimíveis, inexatas, insensatas, / E quantos outros epítetos as descrevam, / Pois, afinal, o que seria dos poetas / Se lapidar paixões fosse proibido?”
“Palavras jorram de minha mente, / Juntando-se num verso latente, / Como se estivessem vivas, / E algo as houvesse deixado cativas, / E brotam pulsantes, / Vibrantes, / Diretas, / Insurretas,”
“Nas manhãs frescas, versos vêm me contar / Se pensavas em mim ao anoitecer, / Antes da lua imensa surgir, / E se me confessarás à noite teu amor, / Beijando-me sob a luz pálida de um abajur...”
“Vem provar os meus beijos vorazes, / E a devassidão que me vem às vezes, / Uses a volúpia que vem sem que me avises, / E enquanto me cavalgas nessas horas velozes, / Vivamos na voracidade com que me seduzes.”
“Meus poemas têm um que de absurdo / (E este fato eu nunca nego), / E outro tanto de exagero, / Mas ao barulho da vida não fico surdo, / E à violência das horas não fico cego,”
“Um verso suicida / Atirou-se na frente / De um amor desgovernado / Cansado da sua não-vida / Enlouqueceu de repente / Jogando letras para todo lado”
“Onde a felicidade não passa de um mito, / Sufocando na garganta esse grito / De puro desespero, / Nessa tristeza que virou um exagero, / Cercado de emoções há muito vencidas, / Escrevendo páginas de amor nunca lidas...”
“Foi inevitável: / Nossos cromossomos se amam, / Nosso DNA coincide, / E é indesvendável / Como nossos corpos se inflamam, / Cada célula uma na outra colide!”
“Poetas são descolados, distraídos, / Fazendo de conta que são especialistas em amar, / Quando inspirados, inebriam de quem os ouve os sentidos, / Pena que a maioria nunca aprendeu a rimar...”
“Tenho tantas histórias para contar, / Mas não conto, / Tantos dedos para apontar, / Mas não aponto.”
“And, in its very last scene, / Where every soul dies in the end, / Our real wanting is so thin, / And cracked souls it just can't mend.”
“Versos rimados / Em pencas, / Sincronizados, / São sinônimos de encrencas / Para um mundo que desaprendeu / A rimar, / E das rimas se esqueceu”
“Mas, quando olhei no espelho, / Logo decifrei a charada, / Quando vi a tristeza de meus olhos saltar, / Então, naquele olhar tão vermelho, / E de minha face vincada, / Vi uma chuva de lágrimas brotar...”
“Nesse estranho Universo / Tridimensional / E inconsequente, / Virei um ser unidimensional: / Já não tenho frente, / Apenas verso...”
“E esses versos ficam aqui, latejantes, / Trazendo suas imagens do passado, / Que brotam em sucessão, lancinantes, / Mesmo tendo nosso amor fracassado... / E eles ressoam em minha mente por horas, / Numa angústia que nunca antes conheci, / E ficam ecoando, tristes ondas sonoras, / Nesses versos perdidos que jamais esqueci...”
“E tudo morre algum dia, / Inclusive o amor, / Que tem prazo de validade, / Pois logo se encerra a magia, / E depois, aos poucos perde o valor, / Até se converter em saudade.”
“E eu soube, ao ouvir sua risada, / O porquê daquele seu olhar ardente, / Que incendiava sua face, / Que, mesmo pelo celular, vi transformada, / Por uma saudade irracional, / Assim como a minha se tornara,”
“E aqui estou, escrevendo esses versos loucos, / Enquanto esse tempo inclemente me devora, / Pensando nas coisas que já se passaram, / E ficaram presas em minhas memórias perdidas, / Mas essa saudade devora-me aos poucos, / E essa tristeza sem fim, cada dia piora, / A pensar nos dias de felicidade, que se acabaram, / Eternamente separados, até o fim de nossas vidas!”
Número de páginas | 406 |
Edição | 1 (2022) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 90g |
Idioma | Português |
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