O então Senador Cristovam Buarque estava em visita à Europa Oriental.
Quem transportava Cristovam Buarque era um dos ministros de um desses países, acho que a Romênia... E o ministro disse assim:
“Olhe, Senador, o senhor me desculpe por nossas estradas, mas nós estamos cuidando da educação. E a única coisa semelhante nessa conversa e que eu vejo hoje no Brasil são as estradas ruins, porque o governo não está cuidando da educação.
“Ah, mas o Brasil tem muitos outros problemas”. Tem! Um deles, inclusive, é causado por quem disse isso: pelo político. Temos movimentos, temos protestos, mas temos o dia e o lugar para dar a resposta. Chama dia de eleição.
(...)
Teve gente aí que, para registrar candidatura, correu atrás de liminares. É justo isso? Agora, o momento da resposta é na urna, e muito, muito acontece do cidadão chegar... Do cidadão entre aspas, porque não tem consciência do que é ser cidadão, e chega lá e escolhe o corrupto, escolhe o ladrão para governar, pra tomar conta da chave do cofre de sua prefeitura, do seu estado ou do seu País. E depois vai reclamar de quê? Com que direito vai reclamar se fez a escolha errada? “Ah, eu não sabia!” “Eu sou um bebezinho, eu sou um garotinho de dois anos de idade que precisa que alguém pegue na minha mão e coloque a comida na minha boca”, porque a eu não sabia que aquele cara com a ficha enorme de corrupção, de roubalheira, aquele cara ia fazer esta maldade toda com nosso povo! Ora bolas, quer enganar quem?
Aqui no Brasil qualquer briga de galo vai parar no Supremo Tribunal Federal. Isso tira o valor da instituição. Questões pequenas, minúsculas, são levadas pro debate dos maiores juízes do nosso país. Isso acaba ridicularizando, diminuindo uma instituição que deveria ser a palavra final; deveria dizer “Basta” a muito dessa corrupção que nós estamos vendo hoje. Infelizmente, não é isso o que acontece... Mas tudo começa e termina na hora em que o cidadão comparece às urnas. É lá que nasce o grande governante, mas é lá que nasce o grande ladrão também. E nós chegamos ao fundo do poço. Você sabe por que nós chegamos ao
fundo do poço? Porque o cidadão se candidata e, ao invés de apresentar propostas de melhoria da saúde, da educação, da mobilidade urbana, ele usa como bandeira a sua honestidade:
“Olhe, eu sou um cara de moral!”, “Eu sou um cara honesto!”,
“Vote em mim porque eu sou honesto!” Gente, ser honesto é obrigação! Não pode ser usado como moeda de troca! Você é obrigado a ser honesto porque seu pai, acredito eu, sua mãe, ensinaram desde criança a ser honesto. Tem que administrar os recursos do povo porque eles pertencem ao povo e devem ser direcionados ao povo.
(...)
Essa história de “Eu não tenho dinheiro para melhorar isso!” ”Eu não tenho dinheiro para melhorar aquilo”, ISSO É MENTIRA! É A MAIOR DAS MENTIRAS! O dinheiro, apesar de pouco, o pacto federativo destina um percentual mínimo para os municípios.
Apesar de pouco, esse percentual, mas esse dinheiro é para dar e sobrar, É PARA SOBRAR! Tanto é que a lei orçamentária prevê isso: o que se fazer com as sobras. Entenderam? Essa história de que “nunca dá”, “sempre tá faltando”, “precisamos cortar na carne”,
ISSO É BALELA DE INCOMPETENTE. O DINHEIRO DÁ E SOBRA!
Número de páginas | 98 |
Edição | 1 (2019) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura |
Tipo de papel | Offset 75g |
Idioma | Português |
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