87º livro do autor das séries "OLYMPUS" e "EROTIQUE", todos eles publicados no Clube de Autores, exceto "Poeticamente teu", da Coleção Prosa e Verso 2019 da Prefeitura de Goiânia.
Alguns trechos:
“Será que algum dia finalmente terei paz, / E poderei dizer que o meu coração sossegou, / Transformado em cinzas por um último amor voraz, / Deixando vestígios de um fogo que afinal se apagou?”
“E, mesmo que por um dia apenas, / Leve-me a suas praias serenas, / E diga-me frases obscenas, / Beije-me como nunca o fez, / Ainda que seja pela última vez...”
“Então, entre aqueles povos, antes adversos, / A paz se fez por causa daqueles versos, / E juntos compuseram para eles uma linda melodia, / Criando assim uma nova forma de Poesia, / Que se espalhou, triunfante, / Semeando a paz, antes sonho delirante,”
“Dizem alguns que sou louco, / Por ir atrás de meus sonhos, / Mas e se for este o segredo? / Mas sempre fui meio louco sim, / Se não o fosse, não seria poeta,”
“No fundo, é porque eu lhe atraio, / Mas você tem medo de mim, / Mas não mordo, exceto em lugares estratégicos, / Onde suaves mordidas arranquem doces gemidos...”
“E depois de ficar insanamente nua, / Cubra com a mão seus segredos, / Faça cara de menina levada, / E pergunte se vou ficar aqui parado, / Ou se preciso que me instrua / A invadi-la, com meus lábios e dedos,”
“Não fuja, / Para seu mar não abrigar o meu rio, / Não ruja / Como uma leoa no cio! / Meus dentes não mordem ninguém, / Exceto para arrancar gemidos de prazer,”
“Depois do vendaval que nos separou, / Levando consigo histórias e destinos, / Como limpar a bagunça que o vento deixou, / E junto esquecer os nossos desatinos?”
“E então, a primeira coisa que fiz / Foi descobrir onde você mora / E vir aqui, cheio de medo, / Tocar a sua campainha, / E, ainda cheio de rubor, / Pois algumas coisas não mudam, / Perguntar-lhe, olhos nos olhos, / Se existe alguma forma, / Por mais difícil que seja, / De armar de novo / Aquelas doces armadilhas / Nesse seu olhar que jamais esqueci...”
“Descobri que de amor nada sei, / E até a Poesia de mim se cansou, / Fugiu da casca vazia que me tornei, / De tudo o que eu amava, nada restou...”
“Pois, nessas tramas que a vida tece, / Escritas por algum sádico escritor, / Quando, ao final de cada ato, a cortina desce, / Só o que vemos é mais uma cena de horror!”
“E imagino: onde será que andas? / De ti, nunca mais tive notícias, / Nunca mais te vi por essas bandas, / Mas nunca esqueci tuas delícias.”
“Quando tudo em volta eram ruínas, / Chegaste e rompeste minhas trevas, / Descobriste tesouros em minhas minas, / Fizeste jorrar amor de minhas fontes primevas!”
“Você está por aqui à minha volta, à solta, / Irredutível, de modo inconcebível, / Como se não houvesse partido / Para o lugar de onde não se volta...”
“Meu nome agora é Ninguém, / Contando os dias que me restam / Para juntar-me à multidão dos errantes, / Que vagam pelas profundezas do inferno, / Por toda a Eternidade...”
“Mas você nunca me amou, não sei o porquê, / E, se me disse, não guardei na memória, / Mas o tempo passou, nesse galope incessante, / E até hoje me lembro de seus olhos perversos, / Ao me dizer adeus naquela noite escaldante, / Que fez nascerem os mais tristes de meus versos...”
“Mas só tive amores que nunca quis, / O que tanto queria jamais consegui, / A dona do olhar que para mim brilhava / Nunca foi minha...”
“Mas eu preferiria / (Que me desculpe a Poesia!) / Que esse deus desalmado / Tivesse me acertado, / Em vez dessa cruel flechada, / Quem sabe com uma pedrada / Bem no meio do rim...”
“Algures, alijando alquimistas alopáticos, / Aliados além alcance almejam alforria. / Alguém alterado alucinadamente alardeia: / Aleluia, Alá!”
“O ser humano é um animal erótico, / Seduzir faz parte de nossos legados, / A sedução é como um ato hipnótico, / Que espalha feromônios por todos os lados!”
“E meus risos deram lugar à tristeza, / Pois não há maior tormento que esse, / Chamado saudade, doença traiçoeira, / Provocada pela sua ausência...”
“E, quando você se vira, e me encara, / E vê esse espanto em meus olhos estampado, / Suas asas se abrem, e você ri da minha cara, / E da minha cegueira, típica de apaixonado!”
“De tudo o que me disseste, / Só de uma palavra eu me lembro, / Exatamente a última: "adeus", / E ela se espalhou como uma peste, / Naquele triste dia de Setembro, / Infiltrando-se nos dias meus, / Pelas minhas sinapses e neurônios, / Gânglios, células, veias e artérias, / Implacável, destruidora, / A alimentar meus demônios...”
“Quanto mais passam os anos, menos me restam, / Perdi há muito tempo o viço da juventude, / Essas marcas em meu rosto o atestam, / Mesmo que continue esbanjando saúde.”
“Eu já preparava o ataque / Para te dar um beijo, mas me deste um breque, / E, com aquele teu enorme chilique, / Confesso que levei um choque, / E acho que fiquei mais verde que o Hulk!”
“Mas o que é que posso fazer, / Exceto dar vazão a tantas histórias tão diferentes, / Que vivem a bailar pelos meus pensamentos, / Como se tivessem acabado de acontecer, / Ou outras que ainda nem sequer ocorreram?”
“Sou especialista em Letras Mortas / E estudioso em Ciências Apagadas, / Tentando em vão abrir sinistras portas, / Que deveriam permanecer para sempre fechadas!”
“No meu aniversário, num certo dia de Agosto, / Nesse clima seco, em mim faz um frio polar, / Por que minha nave te trouxe a bordo, / Em minhas viagens sem fim pelo inverno, / E essa lágrima doida insiste em rolar / Pelas rugas que marcam meu rosto?”
“De meu antigo eu, ando à procura, / Aos poucos, vou perdendo a sanidade, / E essa vacina contra amor não é a cura / Para essa doença chamada saudade...”
“O seu oceano engoliu o meu lago, / Seu martelo entortou o meu prego, / E o tempo virou meu maior inimigo! / Em nome da emoção, apague o meu fogo, / Só por ti o verbo amar de tantas formas conjugo...”
“Eu sem você, / Sou chuva sem temporal, / Um piloto sem brevê, / Um amor sem contato carnal.”
“Passamos uma noite juntos apenas, / E essa única noite foi um fracasso, / A comunhão de nossos corpos não deu liga, / Não protagonizamos eróticas cenas, / Tu és meio frígida, e eu sou meio devasso, / Não menciono teu nome em nada que eu diga.”
“Eu sou a sua lenda, e você, a minha história, / Eu sou a sua lembrança, e você, minha memória, / Eu sou a sua doença, e você, a minha cura, / Eu sou o seu amargor, e você, minha doçura,”
“Expulse de seu coração / Tudo o que não for convidado, / Expulse a tristeza e o pecado. / Dê um adeus sem explicação / A quem não lhe demonstra amor, / Compre um bilhete sem volta / Para quem lhe enche de revolta, / E de um silêncio assustador.”
“Mas, quando chegar o meu dia enfim, / Libertarei a Poesia, em minha alma cativa, / Para que, mesmo após o meu fim, / A melhor parte de mim sobreviva...”
“Depois dessa última estação, não há mais passagens disponíveis, / O condutor já recolheu o derradeiro bilhete, / Tudo o que nos resta é nos lembrarmos dos momentos incríveis, / E de quando, no dicionário do amor, adicionamos o último verbete!”
“Adeus, minha amada, será que você também me ama? / Jamais saberei, e depois desse último poema, / Sobre o derradeiro instante que esse corte sublima, / E subitamente desse mundo me toma, / Sigo rumo à eternidade, se é que existe alguma...”
“Nessas silenciosas conversas / Entre nossos olhares, / Que se cruzam suavemente, / Vejo, em teus olhos imersas, / As luzes de vários pulsares, / Que me provocam mansamente...”
“Fui caçar uns dias na praia, / Mas no último dia de pilhérias / Esqueci de passar filtro polar, / E fiquei todo teimado! / Logo depois que revoltei, / Consultei-me com o ortopédico, / Que me receitou uma tomada, / Para curar minhas ataduras!”
“Minha cachorra nunca mais soltou / Os seus alegres latidos, / A música em minha casa nunca voltou, / Pois mortos por dentro não emitem ruídos.”
“Quando finalmente nos descolamos, / Mas abraçados ainda ficamos, / E esse fogo selvagem aos poucos morre, / Enquanto minha seiva de seus lábios escorre, / E então, a noite suavemente me responde, / Pois, vindo não sei de onde, / Vem-me à mente, num silêncio revelador, / A descoberta de que o nome desse fogo é amor...”
“Será que essa sensibilidade imensa, / Que mostro nas histórias que a noite tece , / Não passa de uma doença, / Que se manifesta assim que anoitece?”
“De narrar tragédias / Já ando cansado, / Mas como inventar comédias, / Nesses tempos onde rir é pecado, / Se hoje é politicamente incorreto / Sacanear com qualquer pessoa, / Pois baixaram um decreto / Proibindo mexer com quem nasceu em Lisboa, / Ou com quem tem cabelo pixaim, / Ou por acaso seja meio gorducho?”
“A Poesia é o meu último recurso / Para combater essa hecatombe em curso, / Esse holocausto que se abate sobre mim, / Materializado nessa noite sem fim...”
“De ti tenho sede, / Mas bato nessa parede / Que entre nós ergueste, / Quando, sem que eu visse, desceste / Suavemente do céu, / Com tênues asas de papel, / Como se um anjo fosses, / Com esses teus lábios doces, / Mas que dizem palavras de aço, / Que arrancam de mim um pedaço,”
“Sempre que tento desvendar teus mistérios, / Tu me olhas com esses olhos profundos / E perguntas se não tenho problemas mais sérios / Do que tentar invadir os teus mundos...”
“Pois poetas são assim, sonhadores, / Sempre surfando em ondas proibidas, /
Explorando cavernas mentais, / Imaginando replicar seus amores, / Guardando paixões reprimidas, / E sonhando com beijos siderais...”
“Se vier a 3ª onda, quem sabe, / Ao final dela, a Terra fique a salvo / Do pior de todos os vírus possíveis, / Que chamam por aí de ser humano!”
“Em minhas aventuras poéticas, / Ajo como se fosse blindado, / Enfrento deuses e dragões, / Tenho habilidades proféticas, / Penteio a juba de ferozes leões, / Prevejo o longínquo futuro, / Viajo de volta ao passado...”
“A long time ago, / I used to run of the sweet traps, / Implicit in your gaze to me, / But I didn't know the reason of running! / I was so young and shy, / And I was terrified of you, / Didn't want to fall in love and suffer.”
Número de páginas | 124 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Couche 90g |
Idioma | Português |
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