A desigualdade não é um desvio da história nem um simples efeito de políticas mal calibradas. Ela é o sintoma visível de uma lógica mais profunda e persistente: a condição apropriadora. Este ensaio se propõe a uma investigação sobre esse fundamento oculto da vida em comum − o gesto originário e reiterado de transformar o tempo, o corpo e a inteligência do Outro em recurso próprio, naturalizando a assimetria como forma de organização social.
Mais do que um fenômeno econômico ou político, a desigualdade é apresentada aqui como expressão de uma ontologia social da expropriação, onde viver junto sempre significou tomar, subjugar e hierarquizar. Contra as promessas reconfortantes de uma equidade espontânea, de uma renda básica pacificadora ou de tecnologias emancipatórias, este ensaio desvela os modos pelos quais a desigualdade se reinventa no trabalho assalariado, na financeirização da existência humana e não-humana, na vigilância algorítmica e na mercantilização das emoções e vínculos.
A condição apropriadora não é apenas um diagnóstico, mas um convite ao pensamento radical. Um chamado a encarar o paradoxo de uma humanidade que só pôde construir laços duradouros por meio da dominação mútua. Pensar a desigualdade, aqui, é pensar os próprios limites da ideia de justiça e os impasses éticos e políticos da nossa forma de estar no mundo.
ISBN | 9798283917023 |
Número de páginas | 178 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Polen |
Idioma | Português |
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